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SUPLEMENTAÇÃO DE PROBIÓTICOS E SEU IMPACTO SOBRE O COMPORTAMENTO E ESTADOS EMOCIONAIS DE CÃES

ROCHA, Karolayne Duarte ¹; DAROS, Rolnei Rua ²
Curso do(a) Estudante: Medicina Veterinária – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba
Curso do(a) Orientador(a): Medicina Veterinária – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba

INTRODUÇÃO: Alterações no ambiente, no estilo de vida e na saúde podem causar distúrbios comportamentais em cães. Evidências recentes indicam que a microbiota intestinal está ligada ao sistema nervoso central e pode influenciar a saúde mental por meio de diversos mecanismos. Portanto, investigar o efeito dos probióticos sobre o comportamento dos cães pode oferecer uma nova abordagem terapêutica para esses distúrbios. OBJETIVOS: Avaliar os impactos da suplementação de um probiótico comercial sobre o comportamento de filhotes de cães saudáveis. MATERIAIS E MÉTODO: Foram selecionados 24 cães filhotes com idade entre 3 e 4 meses e raças variadas, os quais foram subdivididos em dois grupos: Grupo A (alimentado com uma dieta balanceada contendo placebo) e Grupo B (alimentado com uma dieta balanceada contendo probióticos). Para analisar os efeitos dos probióticos sobre o comportamento dos cães, foram empregados cinco testes comportamentais, sendo eles: teste de campo aberto, teste de novo objeto, teste de aproximação a um humano desconhecido, jogo de bola e teste de base segura. Todos os testes duraram entre 1 e 5 minutos e foram gravados por meio de vídeo câmeras. Para cada teste foi elaborado um etograma para a avaliação dos comportamentos e para a obtenção dos traços de personalidade. Os dados foram analisados no R por meio de regressão linear multivariável. RESULTADOS: Foi identificada uma relação entre o tratamento e os comportamentos dos cães. Os cães que receberam o tratamento mostraram menos tentativas de fuga em comparação com aqueles que receberam o placebo (p-valor = 0.05). Esse grupo também dedicou mais tempo à exploração da arena durante o teste de jogo de bola (p-valor < 0.01). Também demonstrou uma tendência de maior interação com humanos após o retorno destes à arena no teste de base segura (p-valor = 0.09). Houve uma diferença notável entre os grupos na interação com novos objetos: os cães que não receberam o tratamento passaram mais tempo interagindo com o novo objeto (p-valor < 0.01). A partir da PCA, foram identificados e rotulados quatro principais traços de personalidade: medo ativo, explorador/brincalhão, humano-independente e humano-apegado. Se obteve várias associações entre os comportamentos e esses traços de personalidade. O traço “humano-independente” mostrou uma associação com a interação com humanos conhecidos e com o tempo de exploração da arena durante testes com humanos (p-valores < 0.05). O traço “humano-apegado” foi associado à latência para se aproximar de objetos e à interação com novos objetos (p-valores < 0.05). O traço “medo-ativo” apresentou uma associação com a latência para se aproximar de objetos e com o tempo de exploração da arena (p-valores < 0.05). Por último, o traço “explorador/brincalhão” esteve associado ao número de quadrantes explorados, ao tempo de interação com novos objetos, ao tempo de exploração da arena, às tentativas de fuga e à interação com humanos conhecidos (p-valores < 0.05). CONSIDERAÇÕES FINAIS: A suplementação do probiótico afetou positivamente o comportamento dos cães, sugerindo que esses aditivos podem ser promissores para o tratamento de distúrbios comportamentais em cães.

PALAVRAS-CHAVE: Bem-estar animal; Testes comportamentais; Personalidade; Microbiota; Suplementação.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Esta pesquisa foi desenvolvida com bolsa PUCPR no programa PIBITI.
Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador