PAISAGEM HUMANIZADA: SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS E INOVADORAS PARA CIDADES (PÓS-)PANDÊMICAS NA AMÉRICA LATINA
INTRODUÇÃO: Atualmente, os desafios intensificados por pandemias determinam a problemática da insuficiência de alternativas para adaptação das áreas urbanizadas a novas realidades sociais e sanitárias. OBJETIVOS: Assim, o objetivo geral do estudo consiste em propor soluções tecnológicas e inovadoras para cidades (pós-)pandêmicas na América Latina. MATERIAIS E MÉTODO: Com estrutura multimétodos, feição aplicada e caráter qualiquantitativo para melhoria de processos e modelos de referência sob as óticas de empreendedorismo público e de tecnologia social, a pesquisa foi organizada em cinco etapas básicas. A primeira e a segunda foram voltadas, respectivamente, à identificação de fundamentos teóricos, com interpretação de conceitos e teorias condizentes com a temática, e à sistematização de procedimentos metodológicos, com definição de métodos e técnicas para desenvolvimento processual. A terceira, por sua vez, foi dirigida ao diagnóstico de aspectos físico-territoriais, socioeconômicos e jurídico-legais de contextos urbanos de metrópoles latino-americanas (Curitiba, Brasil; Santiago, Chile; Cidade do México, México; Bogotá, Colômbia, e Buenos Aires, Argentina), a partir da sua seleção prévia como objetos integrados do grupo de pesquisa. Paralelamente, a quarta compreendeu o diagnóstico de áreas vulneráveis, discriminadas por cinco pontos na região central de cada cidade, estabelecidos por critérios de concentração de pessoas (suscetibilidade ao contágio pandêmico) e segurança pública (potencialidade de vitimização por delitos de oportunidade). A última etapa foi composta por discussões propositivas para (re)humanização da paisagem urbanizada, considerando as reais condições locais. RESULTADOS: Os resultados analíticos revelam que, apesar de os centros das cidades latino-americanas analisadas constituírem importantes polos de fluxo e adensamento de pessoas, ainda não estão adequadamente preparadas para enfrentamento de futuros eventos pandêmicos. Como respostas ao questionamento enunciado e para tratamento das principais deficiências levantadas, são propostas diretrizes urbanísticas especificamente para cada metrópole, com ênfase em soluções inovadoras, a exemplo da criação de espaços públicos flexíveis e da integração de tecnologias e serviços digitais, dentre outras. Complementarmente, no âmbito físico-territorial, cabe menção à busca da sustentabilidade, pela expansão de áreas verdes, acessibilidade e mobilidade para pedestres, configuração de lugares aprazíveis de descanso e requalificação de edifícios históricos e locais degradados, por exemplo. Nos contextos socioeconômico e jurídico-legal, pode ser exemplificada a elaboração criativa de espaços comunitários para usufruto de diversos grupos sociais, com promoção da inclusão e participação cidadã, inclusive por meio de plataformas virtuais para comunicação e interação dos cidadãos nos processos de planejamento e gestão. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Essas premissas para formulação de políticas públicas pautadas em termos tecnológicos e de inovação dispõem de várias alternativas e permitem a conclusão da relativa assertividade da hipótese aventada de que a simulação de medidas inovadoras, ajustada a condições sociourbanísticas da América Latina, possibilita a conformação de cenários humanizados para atenuação de adversidades provocadas por eventos pandêmicos, potencializando a geração de ambientes resilientes, acessíveis e sustentáveis, na perspectiva de urbes inteligentes.
PALAVRAS-CHAVE: resiliência urbana; (re)humanização espacial; áreas vulneráveis; diretrizes urbanístico-tecnológicas; metrópoles latino-americanas.