AVALIAÇÃO DA VARIABILIDADE GEOGRÁFICA NA SENSIBILIDADE OLFATIVA HUMANA
INTRODUÇÃO: Os estudos realizados até o presente momento revelam que pessoas em todo o mundo possuem habilidades diferentes de identificar, nomear e perceber os odores da vida cotidiana. Alguns deles sugerem que mulheres apresentam habilidades olfatórias, como de discriminação e identificação de odores superiores aos homens. No que se refere a idade, foram identificados também a redução na acuidade do olfato, no limiar olfativo e na capacidade de identificar o cheiro de pessoas familiares. Em relação ao tabagismo, é sabido que este pode causar um comprometimento ao olfato, no entanto, essa alteração é reversível, pois os neurônios olfativos se regenera e a metaplasia causada pela fumaça se resolve após 5 meses sem o contato. Sobre a depressão, diversos estudos já identificaram uma diminuição no limiar olfativo, na discriminação e/ou identificação de odores, além de alterações na percepção de sensações prazerosas associadas ao olfato. As diferenças transculturais em tal capacidade ainda são pouco esclarecidas. OBJETIVOS: Fornecer evidências para identificar os fatores que provavelmente explicam as diferenças na sensibilidade olfativa humana entre homens e mulheres. MATERIAIS E MÉTODO: O presente estudo foi previamente avaliado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos. Inicialmente foi realizada uma entrevista geral sobre histórico médico de cada participante. Em seguida, foram aplicados para avaliar o olfato dos participantes: teste de limiar olfatório, teste de limiar olfatório trigeminal utilizado o Sniffin’ Sticks encurtado de 8 passos e teste do contador de dedos. A depressão foi triada através do questionário PHQ-9 traduzido para o português. A análise estatística foi realizada no programa Software STATA versão 13.0 e o Prism 8.4. Os dados foram verificados quanto a normalidade pelo Teste de Shapiro-Wilk e após foi aplicado o teste de comparação adequado. O nível de significância estatístico utilizado foi de 5%. RESULTADOS: Com os dados apresentados no presente estudo, não foi possível verificar uma diferença considerável na sensibilidade olfatória entre ambos os sexos nos resultados do teste de limiar olfatório e no teste de limiar olfatório trigeminal utilizando o teste Sniffin’ Sticks. Porém, foi constatada uma diferença estatisticamente importante no resultado do contador de dedos, revelando uma superioridade masculina e no resultado do PHQ-9, no qual as mulheres apresentaram uma média de pontuação maior. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os possíveis fatores que podem ter influenciado nos resultados foram: maior média da pontuação feminina no PHQ-9, amostra reduzida e composta apenas por participantes brasileiros. O tabagismo e a idade não foram elencados como fatores importantes. Assim, foi possível concluir que uma análise com outros testes bem como uma maior população, composta por participantes de diferentes países e regiões, poderá ajudar a estabelecer essa possível diferença olfatória de forma mais precisa.
PALAVRAS-CHAVE: Olfato; Sensibilidade olfativa; Individualidade; Odorantes; Transtornos do olfato