PREVALÊNCIA DA FRAGILIDADE NA ALTA DA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA DE DOENTES CRÍTICOS
INTRODUÇÃO: Considerando o contexto de gravidade e necessidade de suporte avançado de vida próprios do ambiente de cuidados intensivos, não é infrequente que seus pacientes apresentem declínio funcional não apenas durante o período de hospitalização, mas também no período que se sucede, após a alta hospitalar. Dessa forma, se faz imprescindível mapear quais os fatores de risco de piora aos quais os pacientes de UTI são expostos. O presente trabalho traz a fragilidade basal pré-internamento como um provável fator de risco relevante para o desfecho clínico do paciente na alta da UTI. OBJETIVOS: Este trabalho tem como objetivo geral avaliar a prevalência da fragilidade em doentes críticos, aferida pela Escala Clínica de Fragilidade, na alta da unidade de terapia intensiva. MATERIAIS E MÉTODO: Estudo de coorte prospectivo realizado em 5 unidades de terapia intensiva do Hospital Santa Casa de Curitiba, no período de 05 de fevereiro a 18 de julho de 2024. Foi realizada a aplicação da Escala Clínica de Fragilidade no momento imediatamente antes da admissão na UTI e na alta da UTI. Os dados obtidos de prontuário eletrônico e coletados por meio da entrevista com os participantes foram registrados no formulário eletrônico de coleta de dados no REDCap®. As variáveis categóricas foram apresentadas por frequência absoluta e percentual, variáveis quantitativas por média, desvio padrão, mediana e intervalo interquartílico. A pontuação na escala clínica de fragilidade (ECF) da admissão na UTI foi comparada com a pontuação na alta da UTI por meio do teste não paramétrico de Wilcoxon. O nível de significância estatística adotado foi de 5% e os dados foram analisados por meio do software estatístico IBM SPSS, versão 29.0 (SPSS Inc., Chicago, IL, EUA). RESULTADOS: Foram avaliados 454 pacientes, e incluídos oficialmente 103. No momento de admissão na UTI 34% dos pacientes encontram-se na categoria 4 da escala clínica de fragilidade (vulnerável) e 23% na categoria 3 (regular), a segunda mais frequente. Quando realizado a aplicação da mesma escala na alta da UTI, observamos um aumento de pacientes na categoria 5 (23%) e 7 (9%), demonstrando que o período de internamento na UTI, levou a uma piora da fragilidade clínica (com p valor de 0,048). CONSIDERAÇÕES FINAIS: O internamento em ambientes de cuidado intensivo compromete a funcionalidade do paciente, intensificando sua vulnerabilidade e grau de fragilidade. Esses dados fortalecem a tese de que o paciente vai de alta da UTI com funcionalidade e reservas fisiológicas piores quando comparadas ao momento de admissão à UTI. Outros estudos são necessários para melhor esclarecer o papel da fragilidade e o seu impacto na mortalidade e em outros desfechos desfavoráveis em curto e médio prazo em pacientes em cuidados intensivos
PALAVRAS-CHAVE: Fatores Fragilidade; Fatores de Risco; Prevalência; Unidades de Cuidados Intensivos; Alta hospitalar