MONITORAMENTO COMPORTAMENTAL DE VACAS LEITEIRAS COMO INDICADOR DE CURA DE MASTITE NO PÓS-PARTO
INTRODUÇÃO: A mastite bovina é uma das doenças mais prevalentes e impactantes na indústria leiteira em todo o mundo. Atualmente, sistemas de monitoramento, controle e tratamento vêm sendo desenvolvidos para reduzir os impactos na produtividade do animal e em seu bem-estar. OBJETIVOS: Este estudo buscou avaliar o comportamento de vacas leiteiras, por meio de sensores, para predizer a cura de mastite no pós-parto em rebanho de bovinos leiteiros em sistemas de ordenha robotizada (SOR). MATERIAIS E MÉTODO: No Setor de Bovinocultura de Leite na Fazenda Experimental Gralha Azul (FEGA) da PUCPR, vacas que apresentaram suspeita de mastite foram avaliadas por meio de exame clínico para a confirmação do diagnóstico. Após a confirmação, para cada vaca positiva foi selecionada uma vaca de mesmo período de lactação como controle. As vacas que se enquadraram nos grupos com ou sem mastite foram acompanhadas durante o período de 30 dias, considerando o dia da confirmação da mastite como o dia zero (D0). Durante estes 30 dias de acompanhamento, as vacas foram submetidas ao exame físico e exame específico do úbere três vezes na semana. Diariamente, todas as vacas foram acompanhadas por meio dos sensores de monitoramento comportamental (Cowmed®) quanto ao tempo de ruminação (hh:min/dia), tempo em atividade (hh:min/dia) e tempo em ócio (hh:min/dia). RESULTADOS: No total, foram avaliadas 14 vacas, sendo 7 com mastite e 7 do grupo controle. Na avaliação dos dados obtidos pelo exame clínico das vacas, observa-se que vacas com mastite apresentaram uma média de temperatura maior (p<0,05) nos dias D8, D15, D22 e D24 e menor frequência ruminal (p<0,05) nos dia D8, D10 e D24. A frequência cardíaca foi maior (p<0,05) em 7 das 13 datas avaliadas. Não houve diferenças entre os grupos para frequência respiratória. Na avaliação dos dados comportamentais, não foram observadas diferenças para tempo de ruminação e de atividade. O tempo de ócio foi menor (p<0,05) no grupo de vacas com mastite nos dias D1, D2, D3, D14, D19, D20, D23 e D24. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Chegou-se à conclusão de que foi viável detectar diferenças nos comportamentos entre vacas com e sem mastite. Contudo, não se conseguiu estabelecer padrões associados à recuperação da mastite com base com base nos dados obtidos neste estudo.
PALAVRAS-CHAVE: Vacas leiteiras; Sistema de ordenha robotizada; Padrão comportamental; Mastite.