UTILIZAÇÃO DA MEMBRANA CORIOALANTÓICA DE EMBRIÃO DE GALINHA (CAM) PARA AVALIAR OS EFEITOS DA FOTOBIOMODULAÇÃO SOBRE CÉLULAS DE CARCINOMA ESPINOCELULAR (CEC)
INTRODUÇÃO: Tem-se estudado amplamente os efeitos da fotobiomodulação para estímulo ou inibição de fenômenos próprios da fisiologia celular e orgânica. Há evidências de aceleração da cicatrização e do reparo tecidual, com modulação do processo inflamatório e da produção de mediadores flogógenos, além do efeito analgésico, a depender da dosimetria e do comprimento de onda empregado. Ensaios sobre vasos sanguíneos, utilizando a membrana corioalantoica de embrião de galinha (CAM), são muito utilizados para a verificação de efeitos pró e antiangiogênicos. Os fenômenos angiogênicos (neovascularização) são processos complexos que envolvem ativação, adesão, proliferação e transmigração de células endoteliais, levando à formação de novos vasos a partir de vasos pré-existentes. A CAM é uma membrana extraembrionária formada pela fusão da mesoderme com a ectoderme coriônica mais a endoderme, que se encontra abaixo da membrana da casca, no quarto dia do desenvolvimento embrionário. Esse protocolo é muito útil devido ao seu baixo custo, facilidade e simplicidade de execução, visualização constante do sítio em estudo. OBJETIVOS: Avaliar os efeitos do laser vermelho (660 nm) sobre os vasos sanguíneos da membrana corioalantoica em diferentes dosimetrias. MATERIAIS E MÉTODO: Foram utilizados 90 ovos fertilizados e um dispositivo laser. Feita uma janela na casca a CAM foi exposta e irradiada com laser vermelho em baixa potência (100 mW) e com comprimento de onda vermelho visível (660 nm). O grupo-controle (N=12) foi composto por ovos não irradiados (NaCl 0,9%). 6 grupos-teste (N=12) receberam energia por ponto e densidades de energia distintas, em exposição única: Grupo A (1 J – 23,2 J/cm2), Grupo B (2 J – 46,5 J/cm2), Grupo C (3 J – 69,8 J/cm2), Grupo D (4 J – 93 J/cm2), Grupo E (5 J – 116,3 J/cm2) e Grupo F (6 J – 139,5 J/cm2). Imediatamente após, fotografias foram tomadas com o auxílio de uma câmera acoplada ao microscópio estereoscópico, nos tempos definidos de 30 seg, 120 seg, 300 seg e 600 seg, contados a partir do desligamento do laser. Depois das janelas serem seladas com fita adesiva, os ovos foram encaminhados novamente para incubação. No 12º dia o experimento foi encerrado. As janelas foram ampliadas para fotografar a CAM e avaliar a densidade de vasos (vasos/mm2). Cada amostra foi observada e avaliada utilizando o programa Photoshop CS6TM. RESULTADOS: A densidade de vasos das CAMs, dos grupos experimentais, não sofreu alterações em relação à densidade dos vasos do grupo controle. Já o calibre dos vasos foi alterado significativamente nas doses 1 J (41% de vasodilatação) e 2 J (35% de vasoconstrição); as doses de 3 a 6 Joules não provocaram alterações significativas no calibre dos vasos. Houve uma mudança na porcentagem de colágeno. CONSIDERAÇÕES FINAIS: É possível inferir, que o laser vermelho provocou alteração no calibre dos vasos nas doses de 1 J e 2 J. Já a fotobiomodulação da CAM com o laser vermelho não provocou, alterações na densidade de vasos, tão pouco lesões teciduais e vasculares. Mais experimentos serão desenvolvidos para aprofundar as análises dos efeitos do laser vermelho sobre a membrana corioalantoica.
PALAVRAS-CHAVE: Membrana corioalantoica; CAM; Angiogênese; Laser