ADIÇÃO DE FITASE À DIETA DE LEITÕES RECÉM DESMADOS: EFEITO SOBRE A SAÚDE INTESTINAL
INTRODUÇÃO: As enzimas exógenas foram desenvolvidas e introduzidas na dieta dos animais a fim de minimizar os problemas relacionados à digestão de nutrientes. A fitase, considerada uma das enzimas exógenas mais utilizadas na suinocultura, é responsável pela degradação do fitato, um fator antinutricional aos animais monogástricos, que reduz a biodisponibilidade de nutrientes importantes ao metabolismo animal. OBJETIVOS: Objetivou-se com o presente estudo avaliar o efeito da fitase na saúde intestinal dos leitões recém-desmamados a partir de análises microbiológicas, determinação de ácidos graxos de cadeia curta e histologia do epitélio intestinal. MATERIAIS E MÉTODO: Foram utilizados 126 leitões machos castrados e fêmeas, desmamados em torno dos 21 dias de idade com peso médio inicial de 6,53 ± 1,29 kg, distribuídos em blocos casualizados completos, com 6 tratamentos, 7 repetições, e 3 animais por repetição (unidade experimental). Os tratamentos foram: T1: Dieta controle positivo: dieta com níveis nutricionais adequados e sem enzima; T2: dieta controle negativo: dieta com níveis nutricionais conforme matriz nutricional da Bestzyme Phytase sem adição de fitase; T3: T2 + 500 FTU/kg de ração; T4: T2 + 1.000 FTU/kg de ração; T5: T2 + 1.500 FTU/kg de ração; T6: T2 + 2.000 FTU/kg de ração. Foram utilizadas três dietas experimentais, fornecidas aos animais em três períodos: dieta basal (1° ao 7° dia de experimentação); dieta pré-inicial (7° ao 21° dia de experimentação) e dieta inicial (21° ao 45° dia de experimentação). Para a histologia do epitélio intestinal, imediatamente após o abate, foram retirados segmentos de aproximadamente 3 cm de comprimento do jejuno (n=40 animais). Posteriormente, foram microtomizadas sendo as lâminas produzidas submetidas à coloração por hematoxilina e eosina para mensuração da altura de vilos (AV), profundidade de criptas (PC) e a relação AV/PC. Amostras de fezes e de conteúdo cecal foram coletadas para contagem microbiana. Para as amostras de conteúdo cecal também foram determinadas a concentração de ácidos graxos de cadeia curta. RESULTADOS: Não houve diferença (P>0,05) entre os tratamentos estudados para a morfometria intestinal. Nas amostras de fezes, o T1, T3 e T4 resultaram em maior número de colônias ácido-lácticas, quando comparado ao T5 (P<0,05). No grupo das enterobactérias termotolerantes é possível observar a redução no número de colônias no T2 comparado ao T3 (P<0,05). Já nas amostras de conteúdo cecal, o T1, T2 e o T5 apresentaram maior número de colônias ácido-lácticas quando comparados ao T4 e T6 (P<0,05). Foi observado efeito linear negativo com o aumento dos níveis de fitase na dieta dos animais para os ácidos propiônico, butírico e valérico (P<0,05). CONSIDERAÇÕES FINAIS: Conclui-se que níveis mais elevados de fitase resultam em menores concentrações de ácido propiônico, butírico e valérico. Ademais, dietas com níveis nutricionais adequados aos animais (T1) resultam em maior população de bactérias ácido-lácticas tanto nas fezes quanto no conteúdo cecal dos leitões.
PALAVRAS-CHAVE: Enzimas; Leitões; Nutrição Animal; Saúde intestinal.