OBTENÇÃO DE FILMES DE MISTURAS DE PERESKIA “ORA PRO NOBIS” E GOMA GUAR INCORPORADOS DE ÓLEO DE COPAÍBA
INTRODUÇÃO: A pesquisa em torno de novas técnicas que unem o sustentável a tecnologia tem enorme relevância para a comunidade cientifica. A Pereskia aculeata possui uma grande relevância na história na medicina popular e mantém sua importância até os dias atuais, sendo empregada para tratar diversas patologias. De maneira similar, o óleo de copaíba (Copaifera spp.) há muito tempo é conhecido por suas propriedades antimicrobianas. OBJETIVOS: Consolidando esses atributos o presente trabalho visa obter filmes a partir da mistura em diferentes proporções de polissacarídeo extraído de folhas de Pereskia aculeata e goma guar incorporados de óleo de copaíba. MATERIAIS E MÉTODO: O processo de obtenção do polissacarídeo das folhas de P. aculeata envolveu a extração aquosa, utilizando um liquidificador, seguida de filtração do extrato resultante. A precipitação com etanol foi então empregada, seguida de secagem em estufa a 50ºC durante 24 horas. Para a produção dos filmes, a técnica de secagem por evaporação do solvente (casting) foi adotada, utilizando o polissacarídeo da P. aculeata, goma guar ou uma mistura 50/50 (v/v) desses dois componentes. A concentração final utilizada foi de 10 g/L. Além disso, diferentes quantidades de óleo de copaíba (340 µL, 510 µL e 680 µL) foram incorporadas aos filmes. A avaliação dos materiais obtidos foi realizada por critérios visuais de continuidade, homogeneidade e manipulação. A espessura dos filmes foi mensurada por meio de paquímetro digital, enquanto a permeabilidade ao vapor de água foi determinada utilizando o método padrão com cloreto de cálcio anidro em ambiente controlado. A estabilidade física em solventes (NaCl 0,15M) foi monitorada ao longo dos dias. Ademais, a morfologia dos filmes foi analisada por Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) empregando equipamento VEGA 3 TESCAN. RESULTADOS: Os resultados das análises indicam que os filmes produzidos exclusivamente com goma guar e as combinações de goma guar com o polissacarídeo extraído das folhas de P. aculeata exibiram propriedades visuais e de manipulação superiores, demonstrando maior maleabilidade em comparação com os filmes feitos apenas com o polissacarídeo de P. aculeata. Estes últimos mostraram-se instáveis, excessivamente quebradiços e carentes de características mecânicas adequadas para os diversos testes propostos. A presença de maiores quantidades de óleo de copaíba incorporado aos filmes também resultou em propriedades aprimoradas. Os filmes nos quais a goma guar foi empregada isoladamente ou combinada com diferentes concentrações de óleo de copaíba apresentaram maiores espessuras. Quanto à permeabilidade ao vapor de água, os resultados não exibiram um padrão uniforme entre as diferentes amostras, com valores mais elevados para os filmes contendo goma guar incorporada com 680 µL de óleo de copaíba, e valores mais baixos para os filmes derivados do polissacarídeo de P. aculeata com 510 µL de óleo de copaíba. A análise por microscopia revelou filmes com poucos poros e estruturas homogêneas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Globalmente, os achados sugerem que filmes produzidos a partir de goma guar e suas combinações com o polissacarídeo de P. aculeata, ambos enriquecidos com óleo de copaíba, têm o potencial de serem promissores na fabricação de embalagens biodegradáveis
PALAVRAS-CHAVE: Filme; Goma Guar; Óleo de Copaíba; Pereskia aculeata; atividade microbiana