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A DISSEMINAÇÃO DE “FAKE NEWS” EM AMBIENTES DIGITAIS PARA O DESCRÉDITO DO JORNALISMO TRADICIONAL

CARVALHO, Álefe Nícolas Dos Santos De ¹; COLOMBO, Renan ²
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Curso do(a) Estudante: Jornalismo – Escola de Belas Artes – Câmpus Curitiba, PR.
Curso do(a) Orientador(a): Jornalismo – Escola Belas Artes – Câmpus Curitiba, PR.

INTRODUÇÃO: Nos últimos anos, foi possível enxergar uma mudança na maneira como a informação circula entre a sociedade – o cidadão comum deixou de ter um papel passivo no fluxo de notícias, e passou a ter a possibilidade de tornar-se um emissor de conteúdo. A intermediação da indústria jornalística ficou de lado na nova lógica de propagação de fatos: como consequência, uma “cultura de desinformação” se intensifica, acompanhada de uma narrativa de desconfiança da mídia tradicional, que costumava controlar o consumo de informações noticiosas na sociedade. OBJETIVOS: Nesse projeto, levantou-se a questão “Como as ‘Fake News’ fortaleceram o clima de desconfiança na grande mídia através da internet?”, que é respondida por meio da análise de determinados aspectos relacionados à propagação de informações falsas ou distorcidas nas redes sociais. O objetivo geral foi responder essa pergunta, e, utilizando-se das análises que decorreram desse processo, traçar estratégias que o jornalismo possa utilizar para lutar contra a desinformação. MATERIAIS E MÉTODO: O material escolhido para análise, após um processo cuidadoso de revisão de literatura e debates com o professor orientador, foram as mensagens veiculadas em grupos de apoiadores de Jair Bolsonaro no Telegram durante o dia 8 de janeiro de 2023. Quatro grupos foram escolhidos para análise, seguindo os seguintes critérios: os grupos exaltavam Jair Bolsonaro de maneira messiânica, com poucas críticas à família do ex-presidente; os grupos também disseminavam desinformação diariamente e estiveram ativos no dia 8 de janeiro, durante a tentativa de golpe de Estado promovida por extremistas. Os grupos escolhidos foram do aplicativo de mensagens Telegram. O método de tratamento do material foi a análise do conteúdo e a identificação de boatos já desmentidos por agências de checagem ou veículos confiáveis, ligados ao jornalismo tradicional. RESULTADOS: Ao analisar o material coletado, ficou claro que um ecossistema de divulgação de boatos, baseados em informações fraudulentas, foi criado por setores aliados à extrema-direita e seus expoentes brasileiros, para construir na mente de seus militantes um verdadeiro ‘brasil paralelo’ , onde suas convicções políticas extremistas sempre se confirmam, consolidando as bolhas de conteúdo extremista das rede sociais e favorecendo os interesses políticos da extrema direita, que rege essa terrível orquestra do sofisma. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Como a grande mídia, em geral, segue parâmetros éticos e responsáveis para retratar a realidade, o cenário que ela demonstra é incompatível com as narrativas mentirosas disseminadas entre grupos de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e, por isso, é rechaçado completamente pelos extremistas. No momento em que um cidadão que passa todo o dia consumindo desinformação no Telegram liga a televisão e se depara com a cobertura jornalística de mais um escândalo de corrupção do governo do ex-presidente Bolsonaro, ocorre uma dissonância cognitiva. A crença de que a reputação de Bolsonaro é ilibada, alimentada pelos boatos, é confrontada com os fatos. Nesse confronto de narrativas, o extremista costuma optar por não reconhecer os fatos e taxar quem os divulga de mentirosos. Assim, quando o cidadão opta pela alienação, nasce o descrédito do jornalismo tradicional.

PALAVRAS-CHAVE: “Fake-News”; Desinformação; Telegram; Bolsonarismo; Extrema-direita.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Esta pesquisa foi desenvolvida na modalidade voluntária no programa PIBIC.
Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador