TRADUÇÃO, ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL E PRÉ-TESTE DA MATERNAL POSTNATAL ATTACHMENT SCALE (MPAS) PARA O USO NO BRASIL: TRADUÇÃO, ANÁLISE DA CONCORDÂNCIA ENTRE OS JUÍZES E CONSISTÊNCIA INTERNA DO INSTRUMENTO

INTRODUÇÃO: A relação entre uma criança e sua mãe é essencial para seu desenvolvimento biológico, cognitivo, social e emocional. Um apego mãe-filho inadequado é fator de risco para que a criança desenvolva transtornos psiquiátricos em todas as etapas da vida. A Maternal Postnatal Attachment Scale (MPAS) é uma escala de 19 itens, com uma pontuação variando entre 19 e 95 pontos, desenvolvida em 1998, que tem como objetivo medir o apego mãe-bebê no primeiro ano de vida. A MPAS já foi traduzida e adaptada para diversos países, dentre eles Bélgica e Espanha, entretanto, não há versão da escala disponível para uso no Brasil. OBJETIVOS: Realizar a tradução, adaptação transcultural, pré-teste e análise de consistência interna da escala MPAS para uso em mães brasileiras. MATERIAIS E MÉTODO: A tradução foi realizada segundo metodologia internacional validada nas seguintes etapas: I) Tradução Inicial, II) Síntese das Traduções, III) Retrotradução e IV) Avaliação pelo Comitê de Especialistas V) elaboração da versão final da escala, e VI) realização do pré-teste na população-alvo. O comitê de especialistas incluiu 3 profissionais de saúde mental, 3 especialistas na metodologia, as 2 tradutoras da tradução inicial, e 1 linguista. Dos 21 itens avaliados, 6 não atingiram o índice de concordância mínimo entre os juízes (> 80%) e foram revisados. O pré-teste foi realizado com 31 voluntárias entre 3 e 4 meses pós-parto. Calculou-se a consistência interna do instrumento com o Alpha de Cronbach, além da consistência interna de cada domínio medido pela escala. Foi feita a validação concorrente com pontuações inversas da MPAS com a Escala de Depressão Pós-Parto de Edimburgo (EPDS). RESULTADOS: A pontuação mediana das pacientes foi 82.93 (DIQ 5.03). A consistência interna do instrumento foi 0.603. A validação concorrente com a escala EPDS resultou em uma correlação de -0.54 (p = 0.002). CONSIDERAÇÕES FINAIS: A partir desses resultados preliminares, pode-se destacar que a versão brasileira da MPAS apresenta validade concorrente com a EPDS. Contudo, é necessário ampliar a amostra a fim de validar a consistência interna do instrumento.

PALAVRAS-CHAVE: Apego mãe-filho; Relações mãe-filho; Comportamento materno; Desenvolvimento.