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O SILÊNCIO DE JOANA D’ARC: UMA ANÁLISE DO INEFÁVEL E DO INDIZÍVEL NO FILME “A PAIXÃO DE JOANA D’ARC”

CINTRA, Ivan Martins ¹; ABECHE, Daniel Pala ²
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Curso do(a) Estudante: Jornalismo – Escola de Belas Artes – Câmpus Curitiba, PR.
Curso do(a) Orientador(a): Publicidade E Propaganda – Escola Belas Artes – Câmpus Curitiba, PR.

INTRODUÇÃO: “A Paixão de Joana d’Arc” (1928), de Carl Theodor Dreyer, é um filme que retrata o processo eclesiástico que levou a execução da Santa católica, queimada viva em 1431. O longa possui intensa semântica visual, utiliza diversas técnicas para transmitir significado por meio de uma mídia silenciosa. Este trabalho trata da “semiótica do silêncio”, o estudo dos signos transmitidos por meio, e em razão, do silêncio. Toma-se como base de que o silêncio é uma característica fundante em toda obra de arte, e que pode evocar os mais diversos sentimentos. OBJETIVOS: Por meio de uma análise fílmica, a presente pesquisa chegou nos objetivos de identificar os signos do silêncio presentes no filme de Dreyer e como eles operam. MATERIAIS E MÉTODO: A pesquisa possui caráter teórico: trata-se do estudo da literatura relacionada à semiologia do silêncio e de análise semiótica da obra cinematográfica. Para tanto foi realizada decupagem do filme e a análise crítica de cenas a partir dos signos do silêncio. RESULTADOS: No longa, a cenografia enxuta torna a obra etérea; a fotografia, muitas vezes macroscópica, transmite o sentimento de claustrofobia, e a montagem privilegiando sensações trabalham juntas para criar semântica no contraste entre cenas com signos opostos; a performance dos atores é elevada pelos primeiros planos da fotografia e pelas intenções da montagem, frases não ditas são entendidas. Os signos do silêncio puderam ser notados, enfim, em diversas camadas de “A Paixão de Joana d’Arc”: na inefabilidade das formas expressionistas; no “símbolo” da cruz, com presença constante e silenciosa; no vazio dos cenários; nos primeiros planos fotográficos e nos ângulos das câmeras. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A obra tem muitas relações com o “silêncio”, como conceito, que vão além de se tratar de um filme mudo. Joana d’Arc, como personalidade histórica, foi de grande relevância, que alterou o rumo de uma das mais importantes guerras da era medieval na Europa. Ela foi silenciada por homens, políticos, em um processo eclesiástico que foi, séculos mais tarde, condenado pela própria igreja Católica. Em conteúdo técnico, é um filme que transmite significância em mídia silenciosa e que pode significar tanto quanto os filmes falados.

PALAVRAS-CHAVE: Semiótica do silêncio; Joana D’arc; Cinebiografia; Linguagem cinematográfica; História do cinema.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Esta pesquisa foi desenvolvida na modalidade voluntária no programa PIBIC.
Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador