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ASSOCIAÇÃO ENTRE HISTÓRICO DE DROGADIÇÃO E DIAGNÓSTICO DE SÍFILIS NO SISTEMA CARCERÁRIO FEMININO DE PIRAQUARA, PR

WOSIACK, Amanda Zamuner ¹; BELTRAO, Claudio Jose ²
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Curso do(a) Estudante: Medicina – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba, PR.
Curso do(a) Orientador(a): Medicina – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba, PR.

INTRODUÇÃO: A Sífilis, causada pela bactéria Treponema pallidum, é uma doença sexualmente transmissível que atinge principalmente mulheres, tendo a vulnerabilidade social um fator que favorece a aquisição da doença e sua disseminação. Dessa forma, o cárcere privado é um ambiente que culmina ainda mais em vítimas e evidencia essa situação, favorecendo para um número importante de vítimas expostas a condição. A Sífilis, no Brasil, apresenta prevalência de mais de 160 mil casos por ano, porém ainda são poucos os estudos que abordam a prevalência da doença dentro do âmbito carcerário. OBJETIVOS: Análise da soroprevalência da doença nas penitenciárias femininas, visto que mulheres são a população mais afetada e com um fator de vulnerabilidade aumentado pelo cárcere. Avaliar os índices de reinfecção para que sejam planejadas medidas efetivas de prevenção e tratamento. MATERIAIS E MÉTODO: Análise observacional do tipo transversal retrospectivo, a obtenção de dados foi adquirida por meio da revisão de prontuários físicos das detentas da Penitenciária Feminina de Piraquara, PR, entre agosto/2022 e julho/2023, com base em 378 detentas. Como critério de inclusão eram mulheres, maiores de dezoito anos, sem restrição para escolaridade, etnia ou classe social que residiam na penitenciaria e já haviam sorologias previas para Sífilis. Como critérios de exclusão foram detentas que não possuíam sorologias previas ou prontuários incompletos. RESULTADOS: Foi observado que das 299 detentas, 72 (24,08%) delas eram soropositivas para a doença. Destas, 50 delas eram tabagistas, evidenciando que a maioria delas que possuíam a doença. Do valor total das 299 pacientes, a porcentagem de tabagistas e soropositivas equivalia a 27,03% da amostra. Sobre o etilismo, 38 (29,95%) delas eram etilistas e diagnosticadas com Sífilis, enquanto 33 (21,02%) eram soropositivas, porém não eram etilistas. Não representava grande diferença comparadas as que não consumiam a bebida. A cerca da drogadição, 52 pacientes de 72 soropositivadas para Sífilis faziam uso de drogas ilícitas, representando mais da metade (72,22%). Isso demonstra que o uso de drogas pode predispor a contaminação pela Sífilis. Quanto ao uso de contraceptivos de barreira, da amostra total (299 pacientes), 178 delas (59,53%) não faziam uso desse método, sendo que dessas 23,60% possuíam diagnostico positivo para Sífilis. Da amostra total das soropositivadas (72), 42 faziam prática sexual desprotegida, em contrapartida 30 delas usavam métodos de barreira, demonstrando maior contágio nas que não usavam. Quando ao histórico prévio de Sífilis, 38 delas já possuíam um diagnostico prévio, representando 12,70% delas. Porém dessas 38, 26 (68,42%) pacientes estavam soropositivadas no momento da coleta, representando uma recontaminação na estadia ou tratamento prévio ineficaz. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Apesar de sintomas, diagnóstico e tratamento já estabelecidos há anos, a Sífilis continua sendo um problema na saúde publica do Brasil. Essa condição, somado com as vulnerabilidades impostas as detentas em ambiente de cárcere, se faz necessário a criação de programas mais efetivos de intervenção e estratégias de saúde, além da aplicação mais eficaz de exames de triagem na admissão e estadia na penitenciária para maior prevenção e controle da doença, assim como programas de conscientização de IST’s.

PALAVRAS-CHAVE: Epidemiologia; Sífilis; Soroprevalência; Detentas.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Esta pesquisa foi desenvolvida na modalidade voluntária no programa PIBIC.
Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador