PROCESSO DE FORMAÇÃO DA IDENTIDADE PROFISSIONAL EM ESTUDANTES DE MEDICINA NO INTERNATO: DESENVOLVIMENTO MORAL COMO UM ALIADO

INTRODUÇÃO: A construção da identidade profissional é moldada por aspectos trazidos desde a infância, como personalidade, valores pessoais, espiritualidade, religiosidade, e os valores inerentes à própria profissão. Conduto, a ética pessoal e profissional nem sempre são concordantes e dilemas morais podem ser frequentes nesse processo. OBJETIVOS: Analisar o processo de formação da identidade moral e profissional de estudantes do primeiro ano de internato da Medicina PUCPR. MATERIAIS E MÉTODO: Após a atualização e ampliação da revisão literária sobre o tema, foram agendadas e realizadas entrevistas narrativas online com 16 dos 21 participantes da versão anterior desse estudo, após um ano de internato. Eles foram entrevistados divididos em quatro grupos focais, totalizando 176 minutos e 42 segundos de áudio gravado. Após, todas as entrevistas foram transcritas para interpretação do conteúdo de forma qualitativa, através do método da análise temática e análise posicional. RESULTADOS: O conteúdo das entrevistas foi organizado em 4 categorias: (A) Aproximação do ser médico; (B) Distanciamento do ser médico; (C) Características da personalidade com impacto na prática; (D) Sensibilidade para o cuidado. Dentre as categorias, criou-se 13 subtemas que se relacionam entre si. Os resultados delinearam a reafirmação da importância de uma medicina humanizada, orientada por aspectos práticos da profissão e pelo resgate do engajamento moral, em paralelo com a sensação frequente de impotência e frustração. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A formação médica é permeada pelo desenvolvimento de valores e está inserido numa perspectiva moral. O ensino precisa incluir os valores e promover que os estudantes consigam lidar com conflitos, emoções e tomadas de decisões complexas quanto ao cuidado e sistemas de saúde.

PALAVRAS-CHAVE: ética; estudantes de medicina; personalidade