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ESTUDO DA REPRESENTAÇÃO DE RELAÇÕES AFETIVAS DE MULHERES NEGRAS DENTRO DO AUDIOVISUAL BRASILEIRO DO GÊNERO DE DRAMA NO SÉCULO XXI

MARTINS, Julia Ferreira ¹; ABECHE, Daniel Pala ²
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Curso do(a) Estudante: Cinema E Audiovisual – Escola de Belas Artes – Câmpus Curitiba, PR.
Curso do(a) Orientador(a): Publicidade E Propaganda – Escola Belas Artes – Câmpus Curitiba, PR.

INTRODUÇÃO: Ao cantar “Eu sinto tanta raiva, que amar parece errado” Diogo Álvaro Ferreira Moncorvo, conhecido como Baco Exu do Blues, rapper brasileiro, está se referindo a privação da comunidade preta de se ver em um espaço de amor, pois a violência é a vivência mais comum, até nos espaços que deveriam ser os de afeto; é assim que Baco expõem a ausência do afeto ao povo preto, afinal, quantas vezes você já foi amado?. Pode parecer uma pergunta simples, mas expõe diversos traumas de uma população que carece de atenção. OBJETIVOS: O presente estudo apresenta o objetivo principal de identificar como são apresentadas as relações interpessoais de mulheres pretas no audiovisual brasileiro contemporâneo. MATERIAIS E MÉTODO: O estudo se desenvolveu com o apoio da decupagem da edição final de cenas selecionadas, assim como análise das seguintes obras (filmes longa e curta metragem): Tudo Bem: Hugo e Dandara (2020) e Medida Provisória (2022). Ambas as obras foram selecionadas considerando as datas de lançamento e a presença de mulheres negras como protagonistas. Para a análise foram consideradas as questões do afeto, do epistemícídio das pessoas negras, a semântica e o silêncio. Dessa forma, foi realizada decupagem dos filmes e uma análise crítica de trechos das obras considerando as premissas teóricas acima. RESULTADOS: É possível concluir que o afeto é sim sentido por uma porcentagem específica de mulheres pretas dentro do audiovisual, pois, achar essas obras já foi uma tarefa árdua. Porém, ainda assim quando colocadas em ambientes afetivos, mulheres pretas se veem no papel da figura de força e resistência que precisa ‘’segurar as pontas’’ e ser ‘’guerreira’’, ‘’forte’’ aquela que ‘’sempre sabe o que fazer’’. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Não se torna uma tarefa árdua a conclusão de entender que a mulher preta sofre ao ser colocada em estereótipos negativos dentro do audiovisual, algo que é pode-se ver também acontecendo na realidade, como quando uma mulher negra é taxada como raivosa apenas por ser negra. A vivência afetiva porém é uma realidade, e aparece como espaço de existência e refúgio para mulheres racializadas dentro do audiovisual nacional. Enquanto a presença do feminino preto for escassa nos sets de gravação e criação de um roteiro, a representação da mesma sofrerá com as lentes externas que olham seus corpos como puro entretenimento.

PALAVRAS-CHAVE: Negritude; Afeto; Semiótica; Audiovisual.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Esta pesquisa foi desenvolvida na modalidade voluntária no programa PIBIC.
Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador