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DISTRESSE MORAL EM PROFISSIONAIS QUE ATUAM EM HOSPITAIS PSIQUIÁTRICOS

RAMOS, Ana Beatriz Valverde ¹; BELTRÃO, Julianna Rodrigues ³; BELTRAO, Claudio Jose ²
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Curso do(a) Estudante: Medicina – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba, PR.
Curso do(a) Orientador(a): Medicina – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba, PR.

INTRODUÇÃO: A área psiquiátrica, assim como outras áreas dos cuidados da saúde, exige muito do profissional que nela atua, e pouco se sabe sobre os desafios enfrentados e seus impactos na saúde mental de tais profissionais. O distresse moral ocorre quando o profissional sabe a maneira correta de agir, mas restrições institucionais o impedem de seguir a melhor abordagem. Essa situação é potencial geradora de angústia, aflição e sofrimento. Tal fenômeno, embora pouco descrito na área da Psiquiatria, é comumente vivenciado por esses profissionais, situação essa que interfere no serviço realizado em hospitais psiquiátricos, por meio do cuidado com o paciente e relação com a equipe de trabalho. OBJETIVOS: Avaliar o distresse moral em profissionais que atuam em hospitais psiquiátricos. MATERIAIS E MÉTODO: Estudo exploratório analítico transversal quantitativo, composto pela análise de respostas de formulário online realizadas com profissionais que atuam em Hospitais Psiquiátricos. Foi utilizada a “Measure of Moral Distress for Healthcare Professionals Brasil” (MMD-HP BR). Analisou-se as respostas pelo sistema EpiInfo, por meio de estatística descritiva, teste não paramétrico de Mann-Whitney e de Kruskal-Wallis. RESULTADOS: 17 profissionais responderam ao questionário, sendo todos eles médicos. A média do escore total foi de 101,1 (±65,8). A pontuação mais baixa foi 17 e a mais alta foi 232 pontos. A amostra é predominantemente masculina (52,94%), com idade média de 32,5 anos (± 4,9). O estado do Brasil predominante foi o Paraná (94,11%) e em segundo lugar o Rio Grande do Sul (5,88%). As respostas foram exclusivamente de médicos (100%). O público de atuação se dividiu entre Crianças e Adolescentes (70,58%) e Adultos (29,42%). O tempo médio de atuação profissional foi de 7,4 anos (± 5,1), enquanto em cuidados psiquiátricos foi de 3,9 anos (± 4,4). Não houve correlação significativa com nenhuma variável. Os 2 itens mais pontuados foram “observo que o cuidado do paciente tem prejuízos devido à falta de recursos/ equipamentos/ leitos disponíveis”, com média 8,3 (±5) e “sou solicitado a cuidar de mais pacientes do que tenho condições de atender de forma segura”, com média 7,5 (±5,8). Na pergunta aberta (pergunta 28), houve ênfase na situação de “ameaças dentro do ambiente de trabalho”, o que também gerou distresse nos profissionais. CONSIDERAÇÕES FINAIS: É imperativo considerar o nível de distresse moral sofrido por profissionais atuantes em hospitais psiquiátricos, a fim de garantir um ambiente adequado para a prática profissional, assim, também melhorando a qualidade do serviço oferecido. Dessa forma, sugerem-se novos estudos na área para complementar os resultados encontrados na atual pesquisa, ampliando a pesquisa sobre distresse moral no Brasil e evidenciando tal fenômeno.

PALAVRAS-CHAVE: Distresse moral; Hospitais psiquiátricos; Bioética; Profissionais da saúde.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Esta pesquisa foi desenvolvida na modalidade voluntária no programa PIBIC.
Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador