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BAUDELAIRE POLÍTICO: ENTRE O MODERNO E O ANTIMODERNO

PINHEIRO, Lucas De Souza ¹; INCERTI, Fabiano ²
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Curso do(a) Estudante: Bacharelado Em Ciências Sociais – Escola de Educação e Humanidades – Câmpus Curitiba, PR.
Curso do(a) Orientador(a): Filosofia – Escola de Educação e Humanidades – Câmpus Curitiba, PR.

INTRODUÇÃO: Charles Baudelaire (1821 – 1867) foi o observador mais perspicaz da modernidade. Melhor do qualquer outro e com uma das mais delicadas e rigorosamente formadas sensibilidades, é ele que sente, de maneira mais aguçada e crítica a repercussão do núcleo da vida moderna. OBJETIVOS: Nesse sentido, partindo da análise interdisciplinar de sua vida e obra, este trabalho pretende alcançar dois objetivos, a saber, estreitar o entendimento quanto a relação do poeta com a experimentação política, incluindo uma reflexão sobre sua relação com o Moderno e o Antimoderno; bem como a análise de figuras e reconfigurações de sentimentos, emoções, razão e estética com as quais Baudelaire torna-se um diagnosticador poético e, mesmo que a contragosto, político de seu tempo. MATERIAIS E MÉTODO: Para refletir sobre essas questões nesta investigação, além da obra de Baudelaire, utilizamos Walter Benjamin, Antoine Compagnon, Paul de Man e outros autores e o trabalho foi dividido em quatro momentos de maior importância. No primeiro, utilizamos Benjamin para buscar interrogar e responder o enigma poético-político que Baudelaire nos legou. Em seguida, a partir do dandismo, estabelecemos uma ponte para analisar essa figura baudelairiana, o dândi, posta em cena como símbolo do cruzamento entre o moderno e o antimoderno que traz em si a manifestação prática da resistência à mediocridade moderna e à falsidade burguesa antimoderna, característica que frequentemente leva a tentativas de enquadrar Baudelaire no âmbito político. Então, em um terceiro momento, perscrutamos poemas de Les Fleurs du Mal (1857), a mais importante obra do poeta, em busca de evidenciar a experiência e os princípios dos movimentos por trás de sua poesia, do mal, da multidão, da expressividade simbólica, à luz do crítico e teórico literário Paul de Man. E, então, finalizamos com uma análise do que Baudelaire escreveu sobre sua mais emblemática figura, o flâneur, e uma discussão sobre a crítica social, artística e política que Benjamin faz desta figura baudelairiana que personifica os interesses modernos e é, ao mesmo tempo, as metamorfoses do poeta em Baudelaire. RESULTADOS: Tomando, portanto, as ideias do político, do poético, dos sentimentos, da estética e da experiência do poeta, um flâneur per se, como caminhos para a modernidade em meio à multidão antimoderna, o trabalho analisa, interroga e discute as lições que a obra de Baudelaire lega à literatura, fazendo com que a teoria dialogue com seus escritos, não como se aplicássemos um composto químico para reagir com outro, mas para expor que o diálogo entre Literatura e Filosofia, frequentemente caracterizado por abordagens produtivas e criativas, bem como por momentos de tensão e desencontro, é constantemente permeado por movimentos de complementaridade. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A despeito dos debates políticos em torno da poesia de Baudelaire, é importante ressaltar que sua arte busca auxiliar os seres humanos, em especial os artistas, a superar o tédio. Sendo testemunha e porta-voz da gama de paixões e comportamentos que experienciamos a partir de nossa solidão e desespero, sua poesia é extremamente compassiva em relação à condição humana.

PALAVRAS-CHAVE: Charles Baudelaire; Modernidade; Poesia; Política.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Esta pesquisa foi desenvolvida com bolsa PUCPR no programa PIBIC.
Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador