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GÊNERO E DIREITOS HUMANOS: HORTAS URBANAS COMO VIA DE ALCANCE DAS ODSS 02 E 05

FERNOCHIS, Jamille Helena Laurindo ¹; TODESCO, Paula ³; RIBEIRO, Cilene Da Silva Gomes ³; MERLO, Patricia ³; PILLA, Maria Cecilia Barreto Amorim ²
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Curso do(a) Estudante: Licenciatura Em História – Escola de Educação e Humanidades – Câmpus Curitiba, PR.
Curso do(a) Orientador(a): Licenciatura Em História – Escola de Educação e Humanidades – Câmpus Curitiba, PR.

INTRODUÇÃO: Além das desigualdades econômicas e sociais que levam grupos a situações de vulnerabilidade alimentar, observa-se ainda no Brasil contemporâneo desigualdades de gênero que desembocam em situações de dependência e suscetibilidade das mulheres em relação aos homens. Alguns dados comprovam que muitos lares brasileiros são sustentados por mulheres. O levantamento da Consultoria IDados, realizado com base nos números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela que o número de mulheres que são responsáveis financeiramente pelos domicílios vem crescendo a cada ano e já chega a 34,4 milhões. Isso significa que quase metade das casas brasileiras são chefiadas por mulheres o que parece ser uma contradição. De acordo com o Panorama da Segurança Alimentar e Nutricional 2018 na América Latina, 8,4% das mulheres vivem em insegurança alimentar grave, em comparação com 6,9% dos homens. Esse documento também indica que 19 milhões de mulheres sofrem insegurança alimentar grave, em comparação com os 15 milhões de homens. As taxas referentes à obesidade também afetam mais as mulheres adultas do que aos homens. No entanto não são somente as questões de gênero que afetam as mulheres, mas também as condições econômicas. OBJETIVOS: O objetivo deste projeto de pesquisa é ressignificar o papel das horteloas para que essas mulheres reconheçam que as suas atividades na horta fazem parte de uma engrenagem econômica que tem uma importância que vai além da subsistência de sua família, mas que representa uma importante atividade econômica para seu município. MATERIAIS E MÉTODO: O método da pesquisa foi essencialmente bibliográfico, em sua primeira parte e mais tarde tornou-se quantitativo e qualitativo no que diz respeito à coleta e sistematização dos dados levantados por meio das idas à horta comunitária e aplicação de questionários. RESULTADOS: Dois dos hortelões entrevistados, disseram que são suas esposas que são responsáveis por cozinhar, preparando os alimentos cultivados e colhidos para suas refeições diárias, um dos entrevistados chegou a citar inclusive que somente quem cozinha suas refeições em casa é sua esposa. Mesmo que a presença feminina não seja tão considerável em número nas hortas, as tarefas domésticas como lavar, preparar, e até servir os alimentos ali cultivados ainda são predominantemente designadas às mulheres. Os hortelãos prestam muita atenção nos alimentos cultivados não apenas por si mesmo, mas nos que estão crescendo ao redor. Eles cuidam, dão sugestões e ajudam seus “vizinhos” de canteiro quando estes não podem se fazer tão presentes na horta ao longo da semana, e assim fica nítido mais uma vez a questão do sentimento de comunidade e pertencimento que estar nas hortas propicia. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Enquanto entrevistava os hortelãos entendeu-se os benefícios e os valores que as atividades de cultivo agregavam à comunidade e na vida de todas as pessoas envolvidas e favorecidas pelas hortas, percebeu-se que elas são capazes de promover um estreitamento das relações sociais e consequentemente promovem também o sentimento de pertença e o sentido de comunidade em que ela está inserida, mas são também um lugar de cultivo de alimentação saudável.

PALAVRAS-CHAVE: Hortas urbanas; Hortas comunitárias; História da alimentação; Gênero e alimentação.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Esta pesquisa foi desenvolvida com bolsa PUCPR no programa PIBIC.
Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador