COMPROMETIMENTO COGNITIVO LEVE E SINTOMAS DEPRESSIVOS EM IDOSOS: UMA REVISÃO DE LITERATURA

INTRODUÇÃO: A cada ano, a expectativa de vida do brasileiro tem aumentado. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística projeta que a expectativa de vida chegue à média de 81 anos em 2060. Dado este fato, estudos sobre a senilidade e possíveis processos neuropatológicos assumem relevância, pois tendem a viabilizar diagnósticos precoces e mais precisos, bem como possibilitar a proposição de intervenções que melhorem a qualidade de vida e a integração social do público idoso. OBJETIVOS: O presente estudo objetivou caracterizar os quadros de Comprometimento Cognitivo Leve e de Transtorno Depressivo no idoso, a partir do estabelecimento de suas diferenças e similaridades, no que se refere aos principais domínios cognitivos afetados e suas implicações para a funcionalidade do indivíduo. MATERIAIS E MÉTODO: Foi realizada uma revisão de literatura, na intenção de traçar a complexidade do fenômeno em suas variáveis de vida, sociais e cognitivas. As buscas foram realizadas nas seguintes bases de dados: PubMed, LILACS, Scopus e CAPES, a partir da inserção das palavras-chaves: “mild cognitive impairment”, “depressive symptoms”, “neuropsychological assessment” e “elderly”, assim como os seus correspondentes em português. Integraram a pesquisa artigos de caráter empírico, publicados no período entre o ano de 2012 a 2022, escritos em português ou em inglês, disponíveis gratuitamente na íntegra, que tivessem como temática central as variáveis de comprometimento cognitivo leve, sintomas depressivos e avaliação neuropsicológica em idosos, concomitantemente. Foram excluídos os artigos de revisão e os que não estivessem alinhados a essa proposta. RESULTADOS: Ao todo, foram selecionados 16 estudos, em sua maioria de metodologia transversal, os quais foram discutidos a partir dos seguintes aspectos centrais: relação entre comprometimento cognitivo leve e sintomas depressivos; variáveis sociodemográficas envolvidas; aspectos da cognição que atravessam o comprometimento cognitivo leve; intervenção e novas possibilidades na avaliação neuropsicológica aplicada ao idoso. Os resultados demonstraram que os sintomas depressivos são preditores do comprometimento cognitivo leve em idosos, e que ambos estabelecem uma relação multifatorial com condições sociodemográficas e de estilo de vida, a destacar a interação social e as atividades intelectuais. Por essa razão, as intervenções são direcionadas principalmente para grupos, visando desenvolver tarefas de estimulação cognitiva e de socialização. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Entende-se que a pesquisa cumpriu seu objetivo de relatar a compreensão atual da relação entre comprometimento cognitivo leve e sintomas depressivos, não como um modelo causal, mas sim em considerar a complexidade de variáveis pertencentes à vida de idosos, de modo que sirva como embasamento para a prática clínica quanto à detecção de áreas cognitivas afetadas, planejamento de possíveis intervenções e identificação de fatores de risco e proteção na senescência.

PALAVRAS-CHAVE: envelhecimento cognitivo; sintomas depressivos; avaliação neuropsicológica; intervenções em idosos; Transtorno neurocognitivo leve.