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COMPORTAMENTO DE BUSCA POR HOSPEDEIRO DE CARRAPATOS COLETADOS NA MATA ATLÂNTICA PARANAENSE

BENETTI, Bianca ¹; DAROS, Ruan ³; BECHARA, Gervasio Henrique ²
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Curso do(a) Estudante: Medicina Veterinária – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba, PR.
Curso do(a) Orientador(a): Medicina Veterinária – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba, PR.

INTRODUÇÃO: O comportamento de emboscada dos carrapatos, também conhecido como questing, é essencial para a sua sobrevivência, pois lhes permite buscar e encontrar um hospedeiro e perpetuar seu ciclo de vida. Nesse comportamento, o parasita ascende na vegetação, esticando e balançando o primeiro par de patas no ar em direção aos estímulos sensoriais químicos e físicos liberados pelos animais. Esses sinais são captados pelos órgãos sensoriais do parasita. Vários estudos têm comprovado a importante influência de diversos fatores externos ambientais, como temperatura, umidade e luz sob o questing, visto que esses artrópodes são extremamente sensíveis à dessecação e à perda de água corporal, o que os leva a modular seu comportamento de diferentes formas, na tentativa de aumentar suas chances de sobrevivência e parasitismo. OBJETIVOS: Investigar o comportamento na busca pelos hospedeiros de carrapatos da fauna ixodida coletada em áreas de Mata Atlântica paranaense, localizadas no Parque Estadual do Palmito, na municipalidade litorânea de Paranaguá. Avaliar a influência da temperatura e umidade do ambiente externo, bem como a posição do carrapato, sobre o tempo de latência e a duração do comportamento de questing. MATERIAIS E MÉTODO: Os carrapatos foram utilizados em testes comportamentais em ambiente controlado para descrição do comportamento de busca por hospedeiros. Foi utilizada uma arena de testes montada em aquário de vidro transparente retangular (44 x 26 x 21 cm). Uma haste plástica a 16 cm de altura, distante 2 cm da parede do aquário foi utilizada de suporte para uma isca de 28g de gelo seco com o intuito de estimular a realização do comportamento de busca por hospedeiro. O teste durava 20 min por carrapato. Etogramas específicos para cada espécie de carrapato foram desenvolvidos para auxiliar nas observações. O teste de arena foi conduzido com 50 larvas de carrapato, totalizando 254 sessões de teste. As sessões foram realizadas em uma faixa de temperatura entre 13 °C (mínimo) e 26,4°C (máximo), com uma média de temperatura de 19,8°C. A umidade relativa do ar variou entre 43% (mínimo) e 94% (máximo), com uma média de 68%. RESULTADOS: Os resultados mostraram que o tempo médio de latência dos carrapatos para realizar o questing foi de 143,10 segundos, com um tempo mínimo de latência de 1 segundo e um tempo máximo de latência de 754 segundos. Verificou-se que a temperatura e a umidade não tiveram efeito significativo sobre o tempo de latência do carrapato para realizar o questing. Em média, os carrapatos levaram 151 segundos para realizar o questing na posição horizontal, enquanto na posição vertical levaram apenas 100 segundos, o que representa uma redução de 51 segundos na latência. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O comportamento de questing dos carrapatos tem implicações diretas na transmissão de doenças para seres humanos e animais. Em épocas de elevada umidade e temperaturas favoráveis, a intensificação do questing pode aumentar o risco de parasitismo, representando um fator de perigo para a saúde pública e a biodiversidade em áreas de Mata Atlântica e outros ecossistemas afetados.

PALAVRAS-CHAVE: Questing; Carrapato; Comportamento; Amblyomma.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Esta pesquisa foi desenvolvida com bolsa CNPq no programa PIBIC.
Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador