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ANÁLISE DA EFICÁCIA E SEGURANÇA DA DISSECÇÃO ENDOSCÓPICA DA SUBMUCOSA NA NEOPLASIA GÁSTRICA PRECOCE

HAURANI, Carolina Louise Bueno ¹; IVANO, Flavio Heuta ²
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Curso do(a) Estudante: Medicina – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba
Curso do(a) Orientador(a): Medicina – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba

INTRODUÇÃO: O câncer gástrico no Brasil apresenta alta incidência, sendo o quarto mais frequente nos homens e o sexto nas mulheres, além de ser o segundo tipo de câncer que mais causa mortes no mundo. O tratamento precoce para esta condição é possível por meio de procedimentos endoscópicos, a ressecção endoscópica da mucosa (EMR) ou a dissecção endoscópica da submucosa (ESD). As lesões de câncer gástrico precoce consistem em adenocarcinoma limitado à mucosa ou submucosa, independentemente do acometimento linfonodal. A indicação para a realização da ESD inclui adenocarcinomas diferenciados com lesões de diâmetro maior que 2 cm, profundidade de invasão T1a e ausência de ulceração, ou adenocarcinomas diferenciados com diâmetro menor ou igual a 3 cm, com profundidade de invasão T1a e presença de ulceração. As principais complicações do procedimento são sangramento e perfuração, que normalmente podem ser manejados com tratamento endoscópico. No entanto, a ESD ainda é pouco difundida, principalmente no mundo ocidental. É necessário avaliar a segurança e eficácia do tratamento para que possa ser amplamente implementado. OBJETIVOS: Avaliação do tratamento de câncer gástrico precoce com a técnica ESD, considerando sua segurança e eficácia, por meio da análise de suas margens de ressecção e índice de complicações. MATERIAIS E MÉTODO: O projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa. Realizou-se uma revisão bibliográfica baseada no PubMed/Medline. Após, utilizou-se os dados do prontuário eletrônico Tasy do Hospital Sugisawa para a coleta das informações dos pacientes e procedimentos. Por meio da ferramenta do sistema, os pacientes foram filtrados pelos termos “mucosectomia”, “knife” e “dissecção”, sendo incluídos os portadores de câncer gástrico precoce, displasia de alto grau ou tumores neuroendócrinos, com prontuário e laudo completos, submetidos à ESD via endoscopia digestiva alta entre janeiro de 2012 e janeiro de 2023. Os dados coletados foram idade, sexo, características histológicas e macroscópicas, localização, tamanho da lesão, intercorrências intra e pós-operatórias e resultado. As informações foram submetidas a análise estatística. RESULTADOS: Foram incluídos 28 pacientes, com média etária de 66,8 anos. De todas as lesões, encontrou-se 9 adenocarcinomas, 5 adenomas, 4 tumores neuroendócrinos, 1 adenocarcinoma junto com adenoma, e 3 lesões com ausência de tumor. A localização predominante foi o antro gástrico (64,3%), e o tamanho das lesões apresentou média de 19,4mm (4-50mm). A taxa de intercorrências intraoperatórias foi de 28,6%. Já as intercorrências pós-operatórias ocorreram em 14,3% dos casos. Como resultado, 20 pacientes apresentaram margens livres, 6 apresentaram margens sem malignidade, enquanto apenas 2 apresentaram margens comprometidas (7,7%). A idade dos pacientes foi correlacionada com significância estatística às intercorrências pós-operatórias (p=0,027), sendo a idade média para esse desfecho de 76,8 anos, com mínimo de 67 e máximo de 83 anos. Os casos que obtiveram margens comprometidas apresentaram média de tamanho de 37,5mm. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A técnica ESD mostrou boa segurança e eficácia quando empregada para o tratamento do câncer gástrico precoce, com boas taxas de ressecção completa, ao mesmo tempo em que apresenta baixas taxas de complicações.

PALAVRAS-CHAVE: ESD; Mucosectomia; Câncer gástrico.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Esta pesquisa foi desenvolvida na modalidade voluntária no programa PIBIC
Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador