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REPRESENTAÇÕES DO COTIDIANO BRASILEIRO NA OBRA DE MARIA GRAHAM

PICCOLI, Natalia ¹; CORCAO, Mariana ²
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Curso do(a) Estudante: Licenciatura Em História – Escola de Educação e Humanidades – Câmpus Curitiba, PR.
Curso do(a) Orientador(a): Licenciatura Em História – Escola de Educação e Humanidades – Câmpus Curitiba, PR.

INTRODUÇÃO: A proposta da pesquisa é estudar as representações da alimentação oitocentista no livro Diário de uma viagem ao Brasil, escrito pela inglesa Maria Dundas Graham Calcott (1785 – 1842). No livro estão descritas as passagens da viajante por Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro, durante 1821 e 1823, num contexto pré-independência. A análise da fonte foi orientada pelo prisma da História Cultural, e pelo conceito de cotidiano apresentado por Certeau (2014) e Heller (2021). Fez-se igualmente necessário os estudos de Giard (2012) sobre a alimentação, cotidiano e gênero. OBJETIVOS: Pretende-se compreender o universo simbólico nas representações da sociedade brasileira sob o olhar estrangeiro de Graham, a partir da análise da alimentação, centrando-se na percepção que os diferentes sujeitos históricos têm do seu contexto histórico, e de que modo pautam as suas existências. MATERIAIS E MÉTODO: Num primeiro momento, foi realizado um Estado de Arte sobre o tema abordado, bem como a realização de leituras sobre a História Cultural, linha teórica utilizada na pesquisa. A segunda e terceira etapas foram destinadas à seleção e leitura de bibliografias que dizem respeito ao contexto histórico brasileiro e europeu; campo teórico-metodológico; alimentação do século XIX; e, finalmente, a leitura da fonte. A quarta e última etapa foi dedicada à análise aprofundada do diário de viagem, a partir da mobilização e articulação das leituras e dos fichamentos realizados nas etapas anteriores. RESULTADOS: Em um contexto pós Revolução Francesa e industrial na Europa, os olhos ingleses voltam-se ao Brasil, não apenas pelo interesse comercial e imperialista, mas pela curiosidade de saber sobre o resto do mundo. Com a vinda da corte portuguesa ao país, em 1808, inicia-se um verdadeiro ciclo de viagens e de explorações científicas ao país (Holanda, 2010), e as literaturas de viagens tornam-se um mercado lucrativo, servindo tanto como um material informativo, quanto de entretenimento ao público comum. A inglesa Maria Graham chega ao Brasil em 1821, relatando, em seu diário, alguns acontecimentos importantes da pré-independência e do cotidiano dos brasileiros, construindo-se e idealizando-se como alguém que busca conhecimento. CONSIDERAÇÕES FINAIS: As impressões de Graham sobre a sociedade brasileira recebem influências de mentalidade ideológica inglesa do período, bem como de sua condição de gênero e classe média. A alimentação foi, por vezes, vista como algo pitoresco e exótico aos olhos e moldes ingleses, principalmente no que tange os modos à mesa. No diário de Graham, a mandioca e a feijoada configuram-se como os principais alimentos dos brasileiros, especialmente das classes mais baixas, enquanto o consumo da galinha e do chá aparecem geralmente relacionados às camadas mais altas da sociedade. No século XIX havia uma ritualização do cotidiano promovido pelo modo de vida burguês em ascensão, e a influência da Inglaterra também pode ser percebida na alimentação e nos modos de etiqueta à mesa.

PALAVRAS-CHAVE: Alimentação; Maria Graham; Relatos de viagem; Cotidiano; Representações.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Esta pesquisa foi desenvolvida com bolsa da Fundação Araucária e da Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, no programa PIBIC.
Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador