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LYGIA FAGUNDES TELLES: “AS MENINAS” (1973) E AS REPRESENTAÇÕES DE GÊNERO DURANTE A DITADURA CIVIL-MILITAR BRASILEIRA

RODRIGUES, Amanda Carolina Anhaia ¹; ZECHLINSKI, Beatriz Polidori ²
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Curso do(a) Estudante: Licenciatura Em História – Escola de Educação e Humanidades – Câmpus Curitiba, PR.
Curso do(a) Orientador(a): Licenciatura Em História – Escola de Educação e Humanidades – Câmpus Curitiba, PR.

INTRODUÇÃO: A literatura é um palco para discussões cuja emergência se dão na realidade. Em muitos casos e de diversas maneiras, conceitos e categorias de análise da realidade são elaborados e desenvolvidos através da obra literária. Tendo isso como pressuposto, consideramos que a obra “As meninas” (1973) de Lygia Fagundes Telles expressa, descreve e discute acerca de questões relativas ao recorte de representação de gênero em meio ao contexto dos anos de chumbo da Ditadura Militar. OBJETIVOS: Essa pesquisa trata-se, portanto, de uma análise de fonte literária com objetivo de compreender as representações sociais construídas pela autora, analisando assim as suas percepções quanto aos problemas envolvendo gênero, autoritarismo e sociabilidades na sociedade brasileira contemporânea, além de compreender a trajetória de vida da escritora Lygia Fagundes Telles, de modo a entender como o seu percurso pessoal e contexto histórico/social a levou às representações e reflexões presentes em sua obra e por fim discutir importância dos espaços intelectuais no Brasil na década de 1970, como lugares de resistência, e as relações entre homens e mulheres nos lugares de produção literária. MATERIAIS E MÉTODO: Utilizaremos como fio condutor de nossa análise, conceitos norteadores como o de representações sociais aplicado à categoria de gênero. Ao analisarmos as origens das representações sociais, entendemos que elas são sempre determinadas pelos interesses dos grupos que as produzem e, dessa forma, podemos identificar que elas são sempre alvo de disputa e que a disputa por elas são tão determinantes quanto às disputas econômicas, para a compreensão dos mecanismos de dominação pelos quais uma classe impõe, ou tenta impor, sua visão de mundo, seus valores e seus interesses sobre outra. Ao analisarmos gênero como representação social, observamos que tal conceito é alvo dessas disputas narrativas e, sendo assim, evidenciar as vozes femininas se torna fundamental para tornarmos o debate público a respeito de questões que envolvem a vida e a condição enquanto sujeito social das mulheres. RESULTADOS: Nesse sentido, entendemos que a produção literária de Lygia Fagundes Telles sempre esteve permeada pela crítica social e pela representação dos excluídos. Essa ideia é reforçada na fonte analisada, ao considerarmos a representação feminina como uma ação afirmativa, pois as representações privilegiadas por Lygia insistem em romper os estereótipos moralistas, apresentando perspectivas modernas e revolucionárias opostas às visões moralistas conservadoras e reacionárias. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Por fim, o enunciado de Lygia Fagundes Telles, presente no subtexto do romance não se trata de um discurso moralizante, mas sim de uma reivindicação de liberdade, que sobretudo se faz presente no contexto dos anos de chumbo como uma “luta com as palavras”, como a própria autora classificou (Telles, 2009, p. 298).

PALAVRAS-CHAVE: Literatura; Representações de gênero; Ditadura Militar; Lygia Fagundes Telles; As Meninas.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Esta pesquisa foi desenvolvida com bolsa de Iniciação Científica no programa PIBIS da Fundação Araucária e da Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador