A FENOMENOLOGIA DO CUIDADO: UM OLHAR EMPÁTICO SOBRE A PESSOA EM CONDIÇÕES DE VULNERABILIDADE SOCIAL

INTRODUÇÃO: A concepção da empatia como vivência, reconhecimento do outro como outro eu, que se desdobra eticamente como um movimento de compreensão da experiência do outro foi ampliada por Edith Stein na sua tese de doutorado O problema da empatia (Zum Problem der Einfühlung) (1917/1992), defendida sob a orientação do filósofo Edmund Husserl. Segundo Edith Stein a pessoa humana é formada por uma tríade, corpo, alma e espírito. O sentido da existência humana depende do equilíbrio dessas três dimensões. Em qualquer ação formativa e/ou de tratamento de recuperação, primeiramente, deve-se colocar a pessoa como a principal protagonista; numa perspectiva fenomenológica, parte-se de seu propósito que é descrever a estrutura constituinte da pessoa. OBJETIVOS: A pesquisa objetiva, de modo geral, analisar a contribuição do conceito de empatia na perspectiva de Edith Stein e a contribuição da empatia sob um olhar de cuidado para pessoas em situação de vulnerabilidade social. De modo específico, objetiva-se analisar a fenomenologia do cuidado na perspectiva da empatia proposta por Edith, Stein filósofa e educadora alemã; elucidar os aspectos centrais da vivência de empatia no pensamento de Edith Stein; investigar como aplicar a fenomenologia e a empatia no cuidado com pessoas em condições de vulnerabilidades sociais na Comunidade Bethânia MATERIAIS E MÉTODO: A pesquisa se caracteriza como qualitativa de caráter bibliográfico com dados coletados a partir da análise de textos específicos RESULTADOS: A empatia é um movimento cognitivo que possibilita o conhecimento do Outro, a percepção da sua comum-humanidade que jamais pode ser ferida do ponto de vista ético. A empatia possibilita o conhecimento da experiência do outro, e sendo assim possibilita colocar-me no seu lugar em determinadas situações. O conhecimento empático impulsiona os seres humanos a estarem sempre ‘abertos’ para o conhecimento do Outro, como seu semelhante, aquele que se pode amar mesmo que seja inimigo. O ato empático na perspectiva de acolhimento da Comunidade Bethânia está estreitamente relacionado com o conceito de empatia da autora. Na comunidade cada um é acolhido na “sui generis” como o próprio Cristo. CONSIDERAÇÕES FINAIS: No caso desta pesquisa, a localização e a concepção da empatia se configuram como uma vivência, como reconhecimento do outro como outro eu, implicando uma postura de abertura e acolhimento mútuo.

PALAVRAS-CHAVE: empatia; vulnerabilidade; pessoa humana.