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ANÁLISE DA QUALIDADE DE VIDA E SEXUALIDADE EM MULHERES COM CÂNCER DE COLO DE ÚTERO

TOKARSKI, Alyne Oliveira ¹; BERNARDELLI, Rafaella Stradiotto ³; BRUSCATO, Julia Rosembach ³; LUCENA, Claudio Rotta ³; TSUNODA, Audrey Tieko ²
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Curso do(a) Estudante: Medicina – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba, PR.
Curso do(a) Orientador(a): Engenharia Biomédica – Escola Politécnica – Câmpus Curitiba, PR.

INTRODUÇÃO: O câncer de colo de útero é uma doença prevenível, diretamente relacionada à infecção pelo HPV. No Brasil, cerca de 17.000 mulheres recebem este diagnóstico a cada ano. O tratamento depende do estádio no momento do diagnóstico. Para os estádios iniciais, os tratamentos são principalmente cirúrgicos, enquanto que para os localmente avançados, uma combinação de radioterapia e quimioterapia. As taxas de sobrevida em 5 anos variam de 20% a 98%. Cada tratamento ofertado resulta em potenciais toxicidades, principalmente relacionadas à qualidade de vida global e à sexualidade. Há uma crescente necessidade de se compreender as necessidades femininas durante o seguimento das mulheres que superaram o câncer de colo uterino. OBJETIVOS: O objetivo deste estudo foi analisar a qualidade de vida, com maior enfoque na sexualidade, de pacientes que tiveram câncer de colo de útero e foram tratadas em um hospital oncológico terciário. MATERIAIS E MÉTODO: Trata-se de um estudo transversal com aplicação de questionário foi conduzido com 131 pacientes de novembro de 2022 a julho de 2023. Foram aplicados os questionários FACIT-CX, inventário de sintomas do MD Anderson e o Questionário de fatores de risco para o desenvolvimento de câncer de colo de útero para investigar o impacto dos sintomas após o tratamento na qualidade de vida das mulheres. Na análise estatística, os escores de qualidade de vida e sintomas, foram comparados entre os três maiores grupos de tratamento, sendo eles quimioterapia/radioterapia/braquiterapia (G1) ou histerectomia (G2) ou histerectomia/radioterapia (G3). RESULTADOS: A comparação grupo a grupo dos escores do FACIT-CX demonstrou diminuição da qualidade de vida das pacientes tratadas com quimio/radio/braquiterapia em relação ao grupo tratado com histerectomia, nas subescalas de bem-estar físico (p= 0,033), subescala de preocupações específicas (p= 0,019) e FACIT-CX Total (p= 0,018). No MDASI, o grupo tratado com quimio/radio/braquiterapia também apresentou diminuição da qualidade de vida quando comparados com o grupo tratado com cirurgia (G2) tanto na parte I (p= 0,08), que avalia os sintomas, quanto na parte II (p= 0,026), que avalia a interferência nas atividades diárias. No entanto, em ambos os questionários, não houve diferença estatística na qualidade de vida das pacientes do G1 em relação às pacientes tratadas com histerectomia combinada com radioterapia, também não houve diferença estatística quando comparados G2 e G3 (p>0,05). CONSIDERAÇÕES FINAIS: A qualidade de vida de mulheres que passaram por tratamento cirúrgico se mostrou superior ao tratamento com quimio/radio/braquiterapia. A diminuição da qualidade das relações sexuais pode ser justificada pelo baixo interesse em sexo, sensação de vagina encurtada, medo de ter relação sexual, baixa autoestima e alto índice de incômodo com os efeitos secundários do tratamento relatados principalmente na população tratada em algum momento com radioterapia.

PALAVRAS-CHAVE: Câncer de colo; Qualidade de vida; Sexualidade.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Esta pesquisa foi desenvolvida com bolsa da Fundação Araucária e da Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, no programa PIBIC.
Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador