GESTÃO DA SUSTENTABILIDADE BASEADA EM TÓPICOS ESTRATÉGICOS REQUISITADOS PELOS STAKEHOLDERS

INTRODUÇÃO: A sustentabilidade corporativa tem sido um tópico popular entre as organizações desde os anos 90, porém atualmente está ainda mais em destaque devido aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU/Agenda 2030. Para acompanhar as “questões” de sustentabilidade, foram criados diversos sistemas de medição de desenvolvimento, e as empresas utilizam da norma GRI (Global Reporting Initiative) para adotar práticas, reportar seus resultados, coordenar indicadores ESG, entre outros. Este artigo busca compreender a conexão entre temas materiais e os relatórios de sustentabilidade das empresas baseado nas demandas dos stakeholders. É utilizada a revisão de literatura sistemática e análise qualitativa (análise de conteúdo), com suporte do software ATLAS.ti. Os resultados mostram como as organizações utilizam temas materiais para gerenciar seus stakeholders, por meio da análise de relatórios de sustentabilidade, apresentando também uma categorização dos principais estudos presentes na literatura. OBJETIVOS: O objetivo geral desta pesquisa é compreender a conexão entre os tópicos materiais e a elaboração de relatórios de sustentabilidade considerando a demanda de distintos stakeholders. MATERIAIS E MÉTODO: Para tal projeto de pesquisa, o método utilizado para a elaboração do portfólio bibliográfico foi a Revisão Sistemática de Literatura. As bases para coleta de dados foram escolhidas de acordo com o escopo do estudo. Nesse caso, prezando por documentos acadêmicos de alta qualidade e relatórios de sustentabilidade oferecidos por empresas, as bases selecionadas foram Scopus, Web Of Science e SciELO A análise será qualitativa, em forma de análise de conteúdo e se dará com o uso do software ATLAS.ti. RESULTADOS: Nesse tópico serão analisados os relatórios de 10 das maiores varejistas de roupas no Brasil durante o ano de 2021, de acordo com SBVC – Ranking 300 maiores empresas do varejo brasileiro, com foco nos passos para o desenvolvimento da matriz de materialidade delas. Pernambucanas relata o processo em quatro etapas, sendo elas: Seleção de temas e stakeholders; engajamento de stakeholders via entrevistas e questionários; análise e ponderação de resultados; e por fim, validação da matriz. Seguindo os mesmos passos, encontram-se a C&A e a Grendene – que enfatizou uma fase de benchmark setorial das melhores práticas em sustentabilidade sendo desevolvidas pelos pares – assim como o Grupo SOMA e Aramis, que realizam todo esse processo via consultoria externa. O grupo SBF, que apresenta um processo similar ao anterior, durante o benchmarking para a seleção de temas, destaca um estudo dos pontos mais relevantes para as cinco empresas com maior pontuação no Yearbook do DJSI 2021 – campões em sustentabilidade em varejo e mídia, naquele ano. Arezzo&CO, Riachuelo, LUPO e Alpargatas relatam seus processos de forma mais superficial, destacando as entrevistas realizadas com stakeholders prioritários (internos e externos) e análise das respostas obtidas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Houve 29 ocorrências de significados (citações) relacionados à estratégia dentro da amostra desta RSL. Esse resultado mostra que o processo de materialidade está sendo considerado cada vez mais estratégico para organizações. Além disso, é possível relacionar o código ‘estratégia’ com palavras presentes em todos os documentos.

PALAVRAS-CHAVE: Relatório de sustentabilidade; Stakeholders; Materialidade; Revisão sistemática de literatura.