AVALIAÇÃO DA EXPRESSÃO DO VEGFR EM BIÓPSIAS RENAIS DE PACIENTES ATENDIDOS EM CURITIBA COM COVID-19

INTRODUÇÃO: Em dezembro de 2019, as autoridades chinesas relataram vários casos de pneumonia de etiologia desconhecida na cidade de Wuhan, capital da província de Hubei – China. Atualmente, estudos apontam que o epicentro da pandemia possa ter iniciado na cidade de Huanan. Frente a nova pandemia do Coronavírus, compará-lo com outro agente viral pandêmico (H1N1), traz luz a fisiopatogenia envolvida e a possibilidade de novas abordagens terapêuticas. OBJETIVOS: O objetivo deste estudo é compreender a expressão de VEGFR na indução da lesão renal em amostras post-mortem de pacientes que foram a óbito por COVID-19 e comparar com amostras de pacientes do grupo Controle. MATERIAIS E MÉTODO: Para isso, as amostras de parênquima renal fornecidas por biópsia post mortem foram fixados em formalina, e embebidas em parafina. Após, foram confeccionados cortes histológicos com cerca de 3 micras de espessura, sendo estes corados pelo método de hematoxilina e eosina. Na análise morfológica convencional, foram feiros cortes para técnica de imuno-histoquímica e realizado para o estudo do biomarcador de angiogênese: VEGFR. As lâminas imunocoradas foram fotografadas utilizando o programa Axio Scan.Z1 Scanner (ZEISS, Jena, Alemanha) e, em seguida, ZEN Blue Edition (ZEISS, Jena, Alemanha). Foram confeccionados, aleatoriamente, imagens individualizadas de dez campos (HPF = objetivo de 40X). Posteriormente, as áreas com imunomarcação foram convertidas em porcentagens para possibilitar a análise estatística. O material fora analisado em conjunto com patologistas, com experiência em avaliação de biópsias renais. Essa avaliação fora feita a partir do Escore de Allred, que avalia a intensidade (0 a 3) e a distribuição (0 a 5) do marcador em análise, variando o resultado final de 0 pontos a 8 pontos. A avaliação morfológica das biópsias foi realizada por uma equipe de patologistas por meio de critérios pré-estabelecidos, a fim de tornar a avaliação mais objetiva. RESULTADOS: Ao analisar a expressão tecidual da VEGFR entre o grupo CONTROLE e COVID-19 com base no Escore Allred pontuado, o grupo COVID-19 apresentou aumento estatisticamente significativo (p<0,001) da expressão imuno-histoquímica do marcador de angiogênese. Para as variáveis aplicadas sobre a avaliação morfológica de glomérulos, notou-se que tanto grupo controle como o grupo em estudo não evidenciaram alterações, sendo apenas a glomerulite identificada em 64,7% no grupo em estudo e 56,3% do grupo controle. Ambos os grupos, todos os casos apresentaram doença tubular aguda, em maior ou menor grau de comprometimento. No que se refere à avaliação dos vasos sanguíneos em interstício, apenas um dos casos do grupo COVID apresentou as alterações compatíveis com vasculite. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Ainda que as diferenças morfológicas não tenham apresentado significância estatística, o aumento da expressão do VEGFR pode refletir uma tentativa do sistema vascular de restaurar a angiogênese e a permeabilidade vascular danificadas pelo insulto que o vírus causa no organismo, sendo um importante destaque para a possibilidade de um novo alvo terapêutico futuro.

PALAVRAS-CHAVE: COVID-19; VEGFR; Rim; Angiogênese; SARS-CoV-2