Logo PUCPR

ANÁLISE TEMPORAL DESCRITIVA DAS TAXAS DE COLECTOMIA EM PACIENTES COM RETOCOLITE ULCERATIVA NO CENÁRIO NACIONAL

COELHO, Julia Ceconello ¹; KOTZE, Paulo Gustavo ²
faixa-semic-branco
Curso do(a) Estudante: Medicina – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba, PR.
Curso do(a) Orientador(a): Medicina – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba, PR.

INTRODUÇÃO: a retocolite ulcerativa (RCU) é uma doença inflamatória intestinal crônica, com importante prevalência no mundo. O padrão epidemiológico da doença demonstra maior incidência entre a segunda e a terceira décadas de vida. Sua demografia mostra maiores índices em países desenvolvidos e maior proporção em áreas urbanas. A intervenção terapêutica tem por finalidade induzir a remissão clínica e sua manutenção, sendo pautado no estágio de atividade da doença. Atualmente recomenda-se o tratamento com biológicos precocemente na tentativa de se reduzir o risco de colectomias. Apesar dos avanços significativos no tratamento clínico, mais de 15% dos pacientes necessitarão de cirurgia, dependendo da disponibilidade de tratamento biológico e apresentação clínica do paciente. A técnica cirúrgica de escolha na maioria dos pacientes é a protocolectomia restauradora com reservatório ileal. A análise acerca das taxas de colectomia no tratamento da RCU em âmbito nacional no Brasil, carece de melhores estudos. OBJETIVOS: analisar as taxas de colectomia para RCU no Brasil entre 2012 e 2022, bem como avaliar os tipos de cirurgia realizados quantitativamente e suas possíveis diferenças entre as regiões do país. MATERIAIS E MÉTODO: estudo retrospectivo observacional e de base populacional a partir dos registros do DATASUS, entre 1º de janeiro de 2012 a 31 de dezembro de 2022. Empregou-se a plataforma TT Disease Explorer (TechtrialsTM). Incluiu-se no estudo todos os pacientes com um ou mais códigos CID10 ligados à RCU e que foram submetidos a algum procedimento cirúrgico durante o período do estudo. RESULTADOS: 174.991 pacientes únicos portadores de RCU foram identificados entre 2012 e 2022. A região sudeste apresentou os maiores índices de cirurgias. Foram totalizados 1.374 procedimentos cirúrgicos durante os 10 anos analisados, sendo que 69,4% correspondem à colectomia total. A proctocolectomia total com reservatório ileal foi descrita em 147 (10,6%) pacientes. A taxa de cirurgias entre os portadores ao fim de 2022 resultou em 0,78%. A prevalência total de hospitalizações correspondeu a 11,9%. Demonstrou-se um acréscimo importante no número de indivíduos sob tratamento medicamentoso, totalizando, em 2022, 57.625 pacientes em regime de distribuição das drogas de terapia convencional. Em 2022, dois anos após a introdução da terapia avançada no Brasil, 5.047 pacientes estavam utilizando biológicos ou pequenas moléculas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: a prevalência cumulativa de RCU no território nacional apresentou aumento significativo. As regiões sudeste e sul exibiram as maiores taxas dentre as cinco regiões analisadas. As taxas de colectomia apresentaram tendência a queda a partir de 2020, com redução de hospitalizações durante a pandemia de covid-19. Os achados demonstram o status da RCU no Brasil nos últimos anos, porém podem estar subestimadas por categorização ineficaz dos procedimentos aos respectivos códigos CID-10. Sugere-se que estes dados podem auxiliar a saúde pública e seus responsáveis com informações pertinentes sobre adequação de cuidado aos portadores de RCU no Brasil.

PALAVRAS-CHAVE: Retocolite ulcerativa; Colectomia; Cirurgia; Hospitalizações.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Esta pesquisa foi desenvolvida com bolsa CNPq no programa PIBIC.
Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador