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BÁRBAROS: OS CANIBAIS DE MONTAIGNEAQUI ESTA MUITO LENTA

NAKASHIMA, Hendel Yoshua Shimizu ¹; FERRAGUTO, Federico ²
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Curso do(a) Estudante: História – Escola de Educação e Humanidades – Câmpus Curitiba, PR.
Curso do(a) Orientador(a): Filosofia – Escola de Educação e Humanidades – Câmpus Curitiba, PR.

INTRODUÇÃO: O presente projeto tem como objetivo analisar o conceito de bárbaro com base nas definições, pensamentos e conjecturas que Michel de Montaigne apresenta em um dos capítulos dos seus Ensaios, intitulado Sobre Os Canibais (I, XXX). O projeto visa também realizar uma discussão sobre os costumes e hábitos indígenas, tais como o antropofagismo, que levaram os europeus a utilizarem o termo ´bárbaro´ para denominá-los. OBJETIVOS: A pesquisa, tem com objetivo o estudoda contestação feita por Michel de Montaigne da definição “bárbaro” imposta aos indígenas brasileiros na época da colonização, a partir dos costumes e hábitos que ele pôde registrar em seus Ensaios. A pesquisa visa também explorar, os costumes e hábitos de ambos indígenas e europeus, para discutir como Montaigne chegou em suas ideias, presentes em seus Ensaios. MATERIAIS E MÉTODO: A literatura primaria e secundaria foi catalogada e fichada em cinco partes. A primeira delas envolve uma discussão geral da literatura sobre Montaigne e seus conceitos. A segunda envolve uma contextualização de onde se situa a obra de Montaigne. A terceira visou aprofundar a discussão sobre o outro. A quarta envolveu uma discussão sobre os costumes e os hábitos dos indígena e dos europeus assim como Montaigne os tematiza no Ensaio I, XXX, Os canibais. A quinta visou na discussão sobre o conceito de orientalismo. RESULTADOS: A pesquisa tem como resultado a tese, conforme ao longo da história temos a utilização do termo bárbaro por povos que se consideravam detentores da moral correta, sejam eles gregos, sejam eles cristãos. Este fenômeno perdura na atribuição do termo ´bárbaro´ aos indígenas pelos europeus cristãos. Neste esquema, estes últimos seriam os detentores da moral, enquanto os indígenas seriam cruéis, estando sempre nus, praticando guerra e antropofagia. Montaigne, através de uma posição cética, questiona essa moral, e examina os costumes e os hábitos indígenas, percebendo que não existe uma diferença entre as culturas, pelo menos não uma suficiente para tratar os indígenas como seres mais próximos dos animais que do próprio ser humano. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Em conclusão a pesquisa mostra como Montaigne faz algo incrível não apenas para a época em que vivia, mas como também para as sucessivas e que nem mesmos outros filósofos que tratam de forma relativamente positiva os indígenas conseguem fazer, em enfrentar o problema da alteridade. Montaigne de certa forma dá voz ao indígena. De fato, ele demonstrou em que consistiam os costumes e os hábitos dos indígenas, buscando criticar uma compreensão superficial e errônea desses povos e reescrever a história deles. Justamente através dessa comparação, há uma demonstração de como povos de costumes e hábitos diferentes se assemelham, trazendo o indígena da margem da narrativa, para seu centro, tirando a ideia dele ser um canibal, um bárbaro, ou um animal selvagem, por não estar dentro dos padrões cristãos da época, e retornando uma humanidade que lhe havia sido tirada, por serem transpostos o que os identificava como bárbaros (ou seja, as guerras e o canibalismo.

PALAVRAS-CHAVE: Montaigne; Bárbaro; Outro; Ceticismo; Canibais.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Esta pesquisa foi desenvolvida com bolsa CNPq no programa PIBIC.
Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador