CULTURA E DRAMATURGIA: PÁGINAS, PALCO E BASTIDORES DO TANAHORA

INTRODUÇÃO: Esta pesquisa, bibliográfica e documental, vai ao encontro da reconstrução da trajetória do Tanahora, dando atenção para uma análise inédita das dramaturgias do grupo, segundo inspiração e contribuições teórico-metodológicas de Raymond Williams. A intenção de fundo é mobilizar a noção de estruturas de sentimento do sociólogo britânico para refletir sobre as escolhas, transformações e proposições teatrais do Tanahora. OBJETIVOS: É propósito da presente pesquisa analisar os textos dramáticos encenados pelo Tanahora, grupo de teatro da PUCPR, com ênfase no período de 2000 a 2020, a partir da teoria do materialismo cultural de Raymond Williams, e em especial, de seu conceito de estruturas de sentimento. MATERIAIS E MÉTODO: No primeiro momento, realizamos o levantamento bibliográfico das obras do autor Raymond Williams, utilizadas como referência para a pesquisa, com destaque para Drama em Cena (2010), Cultura (1992). Além disso, utilizamos materiais de autores que dialogam com o pensamento de Williams, como Luciano Dutra de Oliveira (2016) em sua tese sobre As Estruturas de Sentimento, Maria Elisa Cevasco (2003) em Dez Lições Sobre Estudos Culturais, e ainda o artigo “Você é sociólogo do teatro, não é?” do professor Cauê Krüger (2023), que contribuíram para a construção dos estudos sobre o tema. Em sequência, optamos por selecionar alguns espetáculos encenados pelo Tanahora levando em consideração a representatividade, diversidade, importância e repercussão que os textos tiveram à época, foram escolhidas, para estudo e análise. RESULTADOS: As peças analisadas sob a direção de Laércio Ruffa foram Lua de Cetim (2000), Miguilim (2010), o musical The Sun Is Up (2008), de autoria do grupo Tanahora, e a peça Homem ao Vento (2012). Na nova fase do grupo, dirigida por Chico Nogueira analisamos Assim é (se lhe parece) de Luiggi Pirandello. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Com um intenso trabalho realizado na área da educação iniciado mesmo antes da oficialização de sua formação, em uma experiência valiosa se consagrando em sua carreira, Williams desenvolve atividades importantes no ensino de literatura e drama, que posteriormente evoluem para a transformação de movimentos intelectuais conservadores, propondo com originalidade a construção do pensamento acerca do materialismo cultural, peça central em sua estrutura de pensamento (Krüger, 2023). Pensando nas dramaturgias do grupo Tanahora, é perceptível que os processos criativos remetem à insistência em evidenciar o caráter transformador da arte, trazendo consigo a luta política, a sensibilidade do drama, o simbolismo e a tragédia por trás de encenações completamente diferentes umas das outras que permitem a manifestação de fenômenos comuns em forma de encenação teatral. Dessa maneira, a análise de Williams demonstra que a arte não deve ser visualizada separada de
outras práticas presentes na sociedade.

PALAVRAS-CHAVE: Antropologia e Sociologia do Teatro; Materialismo cultural; Grupo de Teatro Tanahora; Dramaturgia.