ANÁLISE INTERSECCIONAL SOBRE A EXPERIÊNCIA DE MULHERES UNIVERSITÁRIAS: RAÇA, CLASSE E GERAÇÃO EM QUESTÃO

INTRODUÇÃO: A presença de mulheres na Universidade tem sido objeto de luta e discussão, principalmente no que diz respeito aos movimentos feministas. Nesse sentido, esse projeto tem como base o estudo sobre a construção histórica e social relativa à identidade de mulheres, considerando os múltiplos elementos que atravessam a vivência de mulheres em sociedade e que afetam a vivência acadêmica. OBJETIVOS: O objetivo desta pesquisa foi investigar quais sentidos são produzidos por mulheres com diferentes posições identitárias, associadas ao conceito de interseccionalidade, em relação às suas experiências acadêmicas. MATERIAIS E MÉTODO: Para isso, buscou realizar entrevistas semiestruturadas com sete mulheres de diferentes classes, raças e gerações da Pontifícia Universidade Católica do Paraná de Londrina, para compreender como estes marcadores afetam suas vivências de identidades. Trata-se, portanto, de uma pesquisa de campo fundamentada na metodologia qualitativa de pesquisa. RESULTADOS: Os discursos das entrevistadas foram analisados com base nas seguintes categorias: a). percepção da autoimagem e desafios de gênero; b). vivências geracionais no contexto universitário; c). percepção de classe social e elitização no meio acadêmico; d). experiências de preconceito e discriminação racial e e). empoderamento e desafios de gênero no ambiente acadêmico. Ao focar em diferentes aspectos da vivência dessas mulheres, foi possível identificar padrões e temas recorrentes que contribuíram para o entendimento das desigualdades e desafios enfrentados por elas na universidade. Uma das principais conclusões que emergiram dessa análise traz que as mulheres universitárias não apenas refletem, mas também constroem suas identidades de gênero por meio de suas experiências e interações, como indicado nos relatos que exploraram desafios de gênero, vivências geracionais, percepções de classe social e experiências de preconceito racial. Isso reforça a importância de considerar as identidades de gênero como processos dinâmicos que se manifestam através das práticas sociais. A presença de desigualdades estruturais e normas sociais foi evidente, e a experiência dessas mulheres foi influenciada por esses fatores. A interseccionalidade emergiu como um conceito-chave ao analisar essas experiências. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Em última análise, este estudo reforça a importância de ouvir e validar as vozes das mulheres universitárias, reconhecendo que suas experiências são diversificadas e multifacetadas. A compreensão das dinâmicas de gênero no ambiente acadêmico não pode ser dissociada das estruturas de poder, desigualdades sociais e identidades interseccionais. Portanto, a promoção de um ambiente acadêmico inclusivo e empoderador requer uma abordagem holística que leve em consideração todos esses aspectos.

PALAVRAS-CHAVE: Psicologia social; Desafios de gênero; Interseccionalidade; Mulheres na universidade; Feminilidades.