ANÁLISE INTERSECCIONAL SOBRE A EXPERIÊNCIA DE MULHERES UNIVERSITÁRIAS: IDENTIDADE DE GÊNERO E SEXUALIDADE EM QUESTÃO

INTRODUÇÃO: A presente pesquisa buscou descrever as atividades que foram realizadas na pesquisa de iniciação científica através da bolsa PIBIC. Através desta, propõe-se atentar o olhar para vivências relacionadas às existências de mulheres universitárias na sociedade brasileira atual, considerando os constructos históricos e sociais que permeiam a formação identitária da mulher. OBJETIVOS: O objetivo deste projeto foi investigar quais sentidos são produzidos por mulheres com diferentes posições identitárias, associadas aos marcadores interseccionais, em relação às suas experiências acadêmicas. MATERIAIS E MÉTODO: Para isso, com base na pesquisa qualitativa, realizou entrevistas semiestruturadas com 07 mulheres de diferentes classes, raças, gerações, sexualidades e identidades de gênero (cis ou trans), para compreender como estes marcadores afetam suas experiências. Nos interessa investigar como os atravessamentos interseccionais podem produzir acessos e possibilidades ou mesmo desafios e exclusões que configuram a forma como as experiências acadêmicas de mulheres são vivenciadas. RESULTADOS: De modo geral, os resultados evidenciam a complexidade das vivências das mulheres universitárias, apontando para a interseccionalidade como uma abordagem essencial para compreender as múltiplas dimensões que influenciam suas experiências no meio acadêmico. Além disso, pode-se constatar a existência de vivências em comum no meio acadêmico, relativas ao constante enfrentamento dos entraves advindos da ausência de inserção em alguns espaços no contexto universitário. Bem como pode-se compreender a singularidade e individualidade com que cada mulher entrevistada compreende as diferentes formas de opressão que a perpassam e, consequentemente, observamos diversos níveis de consciência em relação às desigualdades enfrentadas. Pudemos compreender, por fim, que os elementos relativos à gênero e sexualidade mostram-se relevantes e decisivos na construção da experiência e identidade dessas mulheres e este fator não é diferente quando se trata do ambiente acadêmico. Nesse sentido, às interações ali estabelecidas atravessam constantemente os recortes citados, frisando a importância da construção de políticas e práticas que considerem a vivência dessa diversidade, contemplando os significados coletivos e individuais a ela atribuídos. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Pudemos compreender que os discursos mostram que as vivências de mulheres em seus aspectos interseccionais, principalmente de sexualidade e identidade de gênero é marcado por desigualdades sociais historicamente constituídas e que são percebidas as vivências de mulheres. Por outro lado, a universidade também é percebida como tendo capacidade em sua estrutura de proporcionar um espaço potente, que acolhe e compreende os sujeitos enquanto válidos em sua forma de existência.

PALAVRAS-CHAVE: Mulheres; Universidade; Interseccionalidade; Identidade de gênero; Sexualidade.