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A LINGUAGEM E O FEMININO ENTRE A LITERATURA E O PÓS-COLONIALISMO: ASSIA DJEBAR À LUZ DE DERRIDA

BARRENTIN, Leonardo Kominek ¹; WINCK, Otto Leopoldo ²
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Curso do(a) Estudante: Letras-Português-Inglês – Escola de Educação e Humanidades – Câmpus Curitiba, PR.
Curso do(a) Orientador(a): Letras – Escola de Educação e Humanidades – Câmpus Curitiba, PR.

INTRODUÇÃO: O presente relato pretende discutir, a partir da perspectiva pós-colonial, como a influência da metrópole francesa e a violência vivida pela Argélia colonizada são determinantes no processo de construção identitária de Assia Djebar, pseudônimo de Fatima Zohra, e da própria Argélia colonial no romance L’amour, la fantasia. Busca-se, ainda, estabelecer um diálogo entre a obra e a potência da literatura no que tange ao encontro da identidade de leitores, sobretudo provenientes de países colonizados. OBJETIVOS: O objetivo geral é analisar a obra L’amour, la fantasia, de Assia Djebar (pseudônimo de Fatima Zohra), a partir de teorias pós-coloniais e de construção identitária e nacional a partir da literatura. Os objetivos específicos são: i. Compreender o panorama geral das teorias pós-coloniais; ii. Realizar a leitura de L’amour, la fantasia, a partir da perspectiva pós-colonial; iii. Relacionar colonialismo, criação identitária e literatura. MATERIAIS E MÉTODO: Foram realizadas leituras referentes aos pós-colonialismo, com o intuito de compreender essa teoria, a fim de incrementar a discussão acerca do pós-colonialismo. Quanto à formação identitária a partir da literatura, foram consultadas as obras O direito à literatura, de Antônio Candido (2011), Os jovens e a leitura: uma nova perspectiva, de Michèle Petit (2009), e O que é literatura?, de Terry Eagleton. A maior dificuldade, porém, decorreu de uma certa “ausência de interesse” dos países lusófonos na obra de Djebar. O outro aspecto diz respeito à dificuldade de acesso ao romance em si. Assim, apesar da relevância de L’amour, la fantasia (Djebar, 1995) para os estudos literários e/ou pós-coloniais, como se verifica na discussão do presente relato, recomenda-se, para pesquisas futuras, a seleção de obras de mais fácil acesso. O trabalho com obras ainda não nacionalizadas exige tempo e recursos econômicos incompatíveis com a realização de uma pesquisa em sede de iniciação científica. De todo modo, vencidas as dificuldades mencionadas e considerando a limitação de tempo que elas impuseram, foi possível realizar a análise a que se propôs no início do programa. É o que se passa a discutir. RESULTADOS: L’amour, la fantasia é um romance escrito em 1985 que apresenta duas narrativas que, apesar de distintas, possuem pontos de convergência: a apresentação da conquista da Argélia pela França em 1830 até a independência do país africano, em 1962, e a construção identitária de uma jovem argelina, que, por vezes se confunde com a própria autora, transformando o romance em uma espécie de autobiografia (Djebar, 1995). Trata-se de uma narrativa de construção bastante complexa, mas que permite a percepção, bastante personalizada, da voz do Outro, conforme Bhabha (2013). CONSIDERAÇÕES FINAIS: Ao chegar ao final do presente relato, verifica-se que a teoria pós-colonial representa uma chave de leitura válida para a compreensão da obra L’amour, la fantasia. Seja nos relatos históricos, seja nos blocos autobiográficos, Djebar (1995) apresenta um romance que quebra a falácia civilizatória mencionada por Césaire (1978), por retratar uma Argélia orgulhosa e resistente, bem como uma vida que se forma e ganha voz a partir de outras vozes árabes, ainda que por meio da língua de Descartes.

PALAVRAS-CHAVE: Estudos pós-coloniais; Literatura; Formação identitária; L’amour, la fantasia; Assia Djebar.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Esta pesquisa foi desenvolvida na modalidade voluntária no programa PIBIC.
Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador