ANÁLISE DO DISCURSO DE PRESIDENCIÁVEIS EM PROGRAMAS ELEITORAIS SOB A ÓTICA ANALÍTICO COMPORTAMENTAL

INTRODUÇÃO: O comportamento verbal é uma possibilidade de análise da linguagem que vem sendo aplicada em diferentes contextos. Entretanto no contexto político não há grandes esforços nessa direção. OBJETIVOS: Portanto, objetivo do presente trabalho foi analisar a frequência em que os operantes verbais estão presentes nas falas dos candidatos presidenciáveis no último debate do segundo turno das eleições de 2022 para presidencia da república. MATERIAIS E MÉTODO: Para isso, foram registrados trechos do último debate televisonado antes do segundo turno das eleições para presidencia de 2022. A partir de então os trechos foram transcritos e realizados estudos quantitativos e qualitativos, analisando também a natureza dos fatos descritos por cada um deles com a intenção de verificar se os elementos trazidos tinha evidencia verídica ou não. Por último, foi realizada uma classificação do comportamento de ambos candidatos na perscpetiva do comportamento verbal. RESULTADOS: Pode-se constatar que as verbalizações dos candidatos não estavam diretamente relacionadas com as perguntas e comentários realizados pelo seu oponente, pois apenas 10% das verbalizações – duas de 20 verbalizações – se relacionava com a questão feita pelo oponente na situação anterior. As respostas que não se relacionavam com as perguntas pareceram estar sob controle de fatos do próprio governo, 67% das respostas do candidato Lula e 33% do candidato Bolsonaro ou do governo do oponente, sendo 58% das respostas do candidato Lula e 42% do candidato Bolsonaro. Em aproximadamente 40% verbalizações que descreviam os fatos dos governos não foi observado fundamentação, sugerindo um controle frágil entre elementos do passado e tais verbalizações. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os dados mostram que as verbalizações dos políticos pouco eram controladas pelas perguntas e falas do seu oponente. Isso parece indicar um desvio da função do debate que propõem uma interação entre os candidatos para que o público possa decidir por um dos dois. Pode-se supor que nesses casos as verbalizações são controladas por consequências específicas que podem ser chamar atenção do eleitor, e mesmo que de forma apelativa, essas mentiras acabam se misturando com fatos verdadeiros e passam despercebidas para aqueles que não procuram pela natureza da informação, levando muitos a acreditarem em falas que não condizem inteiramente com a verdade.

PALAVRAS-CHAVE: Comportamento verbal; candidatos; eleições; tato