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CADERNO DE MEMÓRIAS COLONIAIS, DE ISABELA FIGUEIREDO, SOB A PERSPECTIVA DOS ESTUDOS PÓS-COLONIAIS

DUARTE, Larissa Da Silva ¹; WINCK, Otto Leopoldo ²
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Curso do(a) Estudante: Letras-Português-Inglês – Escola de Educação e Humanidades – Câmpus Curitiba, PR.
Curso do(a) Orientador(a): Letras – Escola de Educação e Humanidades – Câmpus Curitiba, PR.

INTRODUÇÃO: O artigo realizado estudou o que é representado da colonização portuguesa em Moçambique – mais especificamente, em Lourenço Marques – que é retratada por Isabela Figueiredo, em sua obra Caderno de Memórias Coloniais (2009), à luz de teorias pós-coloniais, com o intuito de contribuir para as discussões em torno do sistema literário contemporâneo. Ainda, como temas centrais, o estudo se voltou para as questões de pertencimento, violência e multiculturalismo presentes no livro, ampliando, por meio da pesquisa, a discussão contemporânea sobre as literaturas pós-coloniais/periféricas/marginais. OBJETIVOS: i. Estudar de maneira mais detida a obra de Isabela Figueiredo, em relação aos estudos do neo ou pós-colonialismo; ii. Pesquisar as questões de pertencimento, violência e multiculturalismo presentes no livro; iii. Estudar o contexto histórico e social da região de Moçambique e seus reflexos na literatura; iv. Ampliar, por meio da presente pesquisa, a discussão contemporânea sobre as literaturas pós-coloniais/periféricas/marginais. MATERIAIS E MÉTODO: Durante os meses de agosto de 2022 até agosto de 2023 foram realizadas leituras que apresentam teorias acerca da colonização. No primeiro momento, realizou-se a leitura da obra de Isabella Figueiredo (2009): Caderno de memórias coloniais, a qual é analisada como objeto de pesquisa do artigo. Ainda, das sugestões dadas pelo professor orientador, foram lidos Os condenados da terra, de Frantz Fanon (2022) e Orientalismo: O Oriente como invenção do Ocidente (2007), de Edward W. Said. Em seguida, dos meses de março de 2023 até agosto de 2023, na etapa de finalização do estudo, foram acrescentadas também as obras A identidade cultural na pós-modernidade, de Stuart Hall (2006), e Pertencimento: uma cultura do lugar, da autora Bell Hooks (2022), Multiculturalismo, de Charles Taylor (1994) e O direito dos oprimidos: sociologia crítica do direito, de Boaventura de Sousa Santos (2014). RESULTADOS: Cadernos de memórias coloniais dialoga de maneira sensível e, por vezes, brutal com temas intrínsecos ao pós-colonialismo, como questões referentes ao pertencimento, à violência e ao multiculturalismo. Sendo filha de colonizadores brancos europeus e nascida no continente africano, vivenciou os tempos de ocupação colonial portuguesa em Moçambique, a guerra de independência, bem como o período imediatamente posterior e este processo concluso. Em seu livro, no qual escreve sobre essa experiência vivida fica nítido o contraste entre a visão do colonizado e do colonizador em que a autora se reconhece num ponto muitas vezes incerto entre ambas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A análise revelou que a narrativa de Figueiredo expõe as ambiguidades e contradições do sistema colonial, trazendo à tona a visão distorcida do colonizador sobre o colonizado, a qual é permeada por hierarquias raciais e culturais. Além disso, a busca de pertencimento e identidade se destacam como um fio condutor essencial na obra. A protagonista, assim como a própria autora, enfrenta a complexidade de se enquadrar em dois mundos culturais distintos, buscando um senso de pertencimento que transcende as fronteiras geográficas e históricas.

PALAVRAS-CHAVE: Pós-colonial; Pertencimento; Violência; Multiculturalismo; Literatura. Contemporânea.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Esta pesquisa foi desenvolvida com bolsa PUCPR no programa PIBIC.
Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador