AVALIAÇÃO DA VARIANTE +3954 C>T (RS1143634) DO GENE IL1B EM PACIENTES COM MIGRANEA
INTRODUÇÃO: A migrânea é uma doença multifatorial que ainda não possui todos seus mecanismos fisiopatológicos elucidados, porém acredita-se que há um importante envolvimento de processos inflamatórios neurogênicos envolvendo, por exemplo, citocinas pró-inflamatórias. Ademais, sabe-se que essa patologia abrange fatores genéticos capazes de influenciarem a suscetibilidade e o quadro clínico da doença. Nesse sentido, investigar a variante genética IL1B +3954 C>T (rs1143634) – responsável por aumentar o potencial de transcrição desse gene e, consequentemente, elevar os níveis de IL-1β – é importante para compreender se há implicações desse marcador genético na migrânea e como essa variante pode influenciar as manifestações clínicas e a atividade da doença, visto que a IL-1β é uma citocina pró-inflamatória encontrada em níveis elevados durante o ictus das crises de migrânea. OBJETIVOS: Analisar a associação da variante genética do +3954 do gene IL1B (rs1143634) com as manifestações clinicas e a atividade da doença em pacientes com migrânea MATERIAIS E MÉTODO: Conduziu-se uma pesquisa envolvendo 307 indivíduos – divididos em dois grupos: 155 controles sem migrânea e 152 pacientes com migrânea – e estabelecendo suas frequências genotípicas e alélicas na tentativa de relacionar a presença do alelo T com a suscetibilidade a migrânea e piores manifestações clínicas e desfechos. RESULTADOS: Esse estudo apontou que, apesar da literatura precedente apresentar dados que evidenciassem o alelo T como fator contribuinte para o desenvolvimento da crise de migrânea, as frequências genotípicas e fenotípicas dessa variante genética não demonstraram associação significativa com as manifestações clínicas e a atividade da doença (p>0,05). Logo, os resultados obtidos nessa pesquisa não puderam concluir que a variante IL1B +3954 C > T (rs1143634) está relacionada com maior chance de ser portador de migrânea e/ou pior prognóstico. No entanto, essa divergência de resultados pode ser atribuída a diversos fatores limitantes, como um número amostral de indivíduos portadores da variante genética relativamente pequeno quando comparado com indivíduos não portadores. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Por fim, sugere-se que trabalhos futuros continuem investigando essa variante genética para que novas conclusões sejam feitas.
PALAVRAS-CHAVE: Migrânea; IL1B; Genética; Variantes genéticas; Citocinas.