ALTERAÇÕES RADIOGRÁFICAS EM ORELHA EXTERNA DE CÃES COM ATOPIA – ESTUDO RETROSPECTIVO

INTRODUÇÃO: Diferentes técnicas de imagens médicas, são utilizadas para avaliar cães com suspeita de otopatias. A radiografia embora amplamente disponível e familiar para veterinários, pode não fornecer o mesmo nível de detalhes que a tomografia ou ressonância magnética. A otite externa (OE) é uma condição prevalente em cães, constituindo cerca de 10% dos distúrbios atendidos emm clínicas veterinárias. Seus fatores primários frequentemente derivam de distúrbios na barreira cutânea e respostas imunológicas defeituosas, desencadeando hipersensibilidade cutânea, associada principalmente a dermatite atópica. OBJETIVOS: O objetivo geral desta proposta de estudo retrospectivo é identificar se há associação positiva entre os sinais radiográficos observados em orelha externa de cães, com a presença de otopatias crônicas associadas à dermatite atópica.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
i. Identificar a frequência dos achados radiográficos em orelha externa;
ii. Identificar nos prontuários destes animais se há diagnóstico de atopia;
iii. Determinar se os sinais radiográficos são mais frequentes em cães atópicos;
MATERIAIS E MÉTODO: A amostra do estudo foi selecionada no período entre mês de abril de 2022 a abril de 2023, no Hospital Veterinário da PUCPR, englobando todos os pacientes caninos cujas radiografias permitiram a visualização do conduto auditivo em várias projeções. . A busca foi feita através do sistema MedCloud, utilizado pelo Hospital Veterinário da PUCPR.
As principais bases de busca utilizadas foram: Google Acadêmico, PubVet, PubMed e o sistema Periódicos da CAPES pelo website da PUCPR. Para localizar os artigos nessas plataformas de busca, foram usados algumas palavras e frases chaves como: radiografia da orelha externa, dermatite atópica, otite externa, Malassezia pachydermatis e otologia veterinária.
Devido o foco do estudo na relação entre OE e a DA, com ênfase em suas manifestações radiográficas, estudos que foram voltado exclusivamente para o ouvido interno e médio foram excluídos da revisão. Estudos em que o animal abordado não era cão também foram excluídos.
RESULTADOS: Dos seis animais da amostra que apresentaram alterações radiográficas, 33,33% confirmaram histórico de sintomas otológicos, enquanto 50% tiveram histórico de sinais cutâneos e predisposição racial. Observou-se que, seis animais que apresentaram algum tipo de achado radiográfico, porém uma proporção significativa não confirmou a presença de sinais otológicos, o que sugere que as manifestações clínicas nem sempre estão diretamente associados às alterações visíveis nas radiografias. Porém, metade dos animais com alterações radiográficas confirmou histórico de sinais cutâneos. A presença da definição racial em 50% dos casos com achados de imagem, sugere que características genéticas como o formato da pina e diâmetro do canal auditivo podem desempenhar um papel na susceptibilidade a alterações radiográficas auriculares e OE. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Foi possível notar que embora seis animais tenham exibidos achados radiográficos, uma parcela considerável não apresentou sinais otológicos relatados no prontuário. Isso realça o fato das manifestações clínicas não estarem sempre alinhadas com as alterações visíveis nas radiografias, no entanto, a metade dos animais com alterações radiográficas confirmou histórico de sinais cutâneos, fortalecendo a associação entre alterações auriculares e manifestações cutâneas.

PALAVRAS-CHAVE: Otite externa; Dermatite atópica; Radiografia; Estenose do conduto