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BIOÉTICA E A PONTE PARA O FIM DO MUNDO: ESTUDOS SOBRE BIOÉTICA CRÍTICA NA ERA DO CAPITALOCENO

SANTOS, Maria Victória Bay ¹; CUNHA, Thiago Rocha Da ²
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Curso do(a) Estudante: Ciências Biológicas – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba, PR.
Curso do(a) Orientador(a): Ciências Biológicas – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba, PR.

INTRODUÇÃO: A bioética crítica é uma vertente da bioética latino-americana, baseada no diálogo entre a teoria crítica de Frankfurt e nos estudos sobre a colonialidade, que tem como objetivo enfrentar os conflitos bioéticos que surgem a partir do processo de globalização, levando em consideração perspectivas históricas e relações geopolíticas que perpetuam ameaças à vida no contexto local, regional e global. O Antropoceno é novo período geológico, observado a partir de análises de estratificações sedimentares e dos ciclos biogeoquímicos, caracterizado como uma era de riscos às diversas formas de vida na Terra provocados pela ação humana. Já o Capitaloceno surge para evidenciar que o Antropoceno é marcado por uma forma específica da intervenção humana: o modo de produção e consumo capitalista que aprofunda a crise ecológica e social global. OBJETIVOS: Pesquisa exploratória, de natureza teórica e de abordagem reflexiva e analítica, dividida em três etapas: 1) Compreensão das bases teóricas e metodológicas da Bioética Crítica; 2) Investigação das bases teóricas e dos resultados das pesquisas recentes sobre o Capitaloceno; 3) Análise, a partir da bioética crítica, dos conflitos ético- políticos relacionados aos estudos sobre o Capitaloceno. MATERIAIS E MÉTODO: Pesquisa exploratória, de natureza teórica e de abordagem reflexiva e analítica, dividida em três etapas: 1) Compreensão das bases teóricas e metodológicas da Bioética Crítica; 2) Investigação das bases teóricas e dos resultados das pesquisas recentes sobre o Capitaloceno; 3) Análise, a partir da bioética crítica, dos conflitos ético-políticos relacionados aos estudos sobre o Capitaloceno. RESULTADOS: Foram analisados quinze artigos e livros relevantes sobre o tema. A partir deles, identificaram-se conflitos bioéticos que podem ser relacionados à leitura da bioética crítica sobre o Capitaloceno, destacando-se: a) apropriação e exploração econômica do trabalho e da natureza; b) sacralidade do dólar e neoliberalismo; c) extrativismo; d) complexidade e velocidade das alterações ambientais; e) consumo em massa; f) favorecimento do capital e poder; g) colonialismo e colonialidade; h) paradigma da natureza barata. Verificou-se que bioética crítica é ferramenta adequada para compreender impactos éticos do sistema capitalista em relação aos riscos à sobrevivência planetária, bem como para questionar as estruturas ideológicas que sustentam esses riscos. Verificou-se que capitalismo global tem perpetuado problemas éticos importantes, como a exploração desenfreada dos recursos naturais e da força de trabalho, conduzindo a crises ambientais e sociais. Superar o Capitaloceno é uma questão de bioética, de justiça e sobrevivência, na medida em que a maior parte dos humanos tem sido forçada a se inserir e permanecer neste sistema econômico que promove simultaneamente a destruição da natureza e a concentração da riqueza em um pequeno número de pessoas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os conflitos bioéticos relacionados Capitaloceno não são essencialmente antropológicos, mas históricos e ideológicos, causados por uma forma de produção capitalista que pode e deve ser superada. O risco do “fim do mundo”, pelo Capitaloceno exige uma desconstrução na estrutura social e econômica capitalista, de forma a possibilitar a construção de uma sociedade planetária mais justa, igualitária e sustentável, baseada na cooperação e na busca do bem comum.

PALAVRAS-CHAVE: Bioética; Antropoceno; Capitaloceno; Bioética crítica.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Esta pesquisa foi desenvolvida com bolsa PUCPR no programa PIBIC.
Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador