ESTABELECIMENTO DE UM PROTOCOLO DE MICROPROPAGAÇÃO PARA PRODUÇÃO DE MUDAS DE LÚPULO

INTRODUÇÃO: O lúpulo (Humulus lupulus L.) é uma das matérias-primas para a fabricação de cerveja. Além disso, é utilizado em menor escala para a fabricação de medicamentos e para a alimentação humana. Trata-se de uma espécie dióica, sendo somente utilizadas as flores oriundas das plantas femininas para a fabricação de cerveja. Por esta razão, a propagação vegetativa é fundamental para a obtenção de mudas de plantas femininas de qualidade para produção em nível de campo. OBJETIVOS: O objetivo do presente trabalho foi avaliar o método de micropropagação vegetativa “in vitro” para obtenção de um protocolo para a produção em grande escala de mudas de lúpulo da cultivar Cascade . MATERIAIS E MÉTODO: Plantas matrizes da cultivar Cascade foram utilizadas como fontes de explantes, para os experimentos do presente trabalho no laboratório de Biotecnologia (PUCPR). As brotações foram coletadas e levadas para o laboratório onde seus explantes foram preparados para a desinfestação superficial. Foi utilizado etanol 70%, sob agitação por um minuto, seguido de três tratamentos com concentrações de cloro ativo, sendo 0,5%, 1,0% e 0,75% de hipoclorito de sódio sob agitação, durante 20 minutos. Cada tratamento foi representado pot 30 explantes. Após enxague, os explantes foram transferidos para tubos de ensaio contendo o meio de cultura MS e levados para câmara de crescimento (B.O.D.) sob condições controladas. Após 30 dias foi realizada a avaliação e as brotações sobreviventes foram transferidas para o experimento de multiplicação com tratamentos comparativos entre meios de cultura (MS) com consistência semi-sólida e líquida. Cada tratamento foi representado por 15 potes plásticos contendo 8 brotações cada. Estes foram mantidos em B.O.D. por 30 dias. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizdo. RESULTADOS: Para o primeiro experimento, os resultados de sobrevivência foram: T1 (63,3%); T2 (56,6%) e T3 (46,6%). Para os resultados obtidos na avaliação do segundo experimento, quando foram comparados o meio de cultura semi-sólido e líquido, não houve diferença significativa para as variáveis sobrevivência, parte aérea (número de brotações, altura e numero de novas gemas). No entanto, ficou evidente que, para o tratamento com MS líquido houve menor porcentagem de raízes formadas (56,96%) quando comparado ao semi-sólido (92,71%). CONSIDERAÇÕES FINAIS: Como recomendação para o protocolo de micropropagação do lúpulo ficou evidente que o tratamento de desinfestação superficial com 0,5% de cloro ativo apresentou os melhores resultados, uma vez que para os demais tratamentos foram observados maiores taxas de contaminação fúngica. Ao se comparar o mesmo meio de cultura (MS) em duas consistências: semi-sólido e líquido pôde-se concluir que não houve diferença entre os mesmos para a formação de novas brotações. É importante salientar que, apesar das brotações mantidas no tratamento com meio líquido, a taxa de enraizamento ser menor (56,96%), é importante fazer uma análise econômica, uma vez que a presença do ágar corresponde a 70% do custo do meio de cultura. Assim, se o objetivo neste momento é o de se obter multiplicação das brotações, pode ser recomendada uma terceira etapa, de enraizamento em meio semi-sólido.

PALAVRAS-CHAVE: Explantes; Meio MS semi-sólido; In vitro; Desinfestação superficial; Meio MS líquido