ECOLOGIA DE AVES DO PARQUE ESTADUAL DO PALMITO, PARANÁ

INTRODUÇÃO: A Mata Atlântica é um dos biomas mais diversos e ameaçados das florestas tropicais e do planeta, reunindo grande parte dos endemismos do mundo, sendo considerado um hotspot de biodiversidade. OBJETIVOS: analisar as diferenças sazonais na riqueza, abundância e grupos ecológicos funcionais de aves florestais no PEP e comparar os resultados obtidos com outros estudos anteriores realizados na área. MATERIAIS E MÉTODO: O estudo foi desenvolvido no Parque Estadual do Palmito (PEP), Paranaguá, PR através de contato visual e auditivo, via Transecto Linear, percorrendo as trilhas alternativas no interior da floresta e captura em redes de neblina. Foram avaliadas a frequência de ocorrência (FO%), abundância relativa (AR%), sazonalidade e Grupos Ecológicos Funcionais (GEFs). RESULTADOS: A riqueza observada no PEP nas nove campanhas realizadas, no período de agosto de 2022 a junho de 2023, totalizou 152 espécies e 47 famílias, em relação às espécies exclusivamente florestais, foram observadas 135 espécies, distribuídas em 41 famílias. Da riqueza específica observada 50 espécies são consideradas endêmicas da Mata Atlântica, 21 espécies são consideradas endêmicas do Brasil, 11 são ameaçadas de extinção e 10 espécies são migratórias. Dentre as espécies ameaçadas destacam-se Crypturellus noctivagus (Wied,1820), Amadonastur lacernulatus (Temminck,1827) e Amazona brasiliensis (Linnaeus, 1758) Quanto à Frequência de Ocorrência (FO%), tivemos 70 espécies foram registradas em 100% das fases de campo, enquanto 18 espécies (11,84%) ocorreram em apenas uma amostragem. Quanto à sazonalidade a maior riqueza observada foi na primavera com 136 espécies menor no outono com 111 espécies. Em relação ao GEFs foram estabelecidas 26 categorias, sendo a mais representativa Grandes Frugívoros e Onívoros de copa (FOc) com 14 espécies. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O PEP é uma unidade de conservação de importância singular, por abrigar diversas espécies endêmicas e ameaçadas de extinção, mesmo enfrentando diferentes impactos antrópicos em seu interior e adjacências, principalmente com a ocupação humana desordenada em seus limites, demonstrando a importância na elaboração e implementação do plano de manejo.

PALAVRAS-CHAVE: Grupos ecológicos funcionais; Mata Atlântica; Amadonastur lacernulatus; Amazona brasiliensis; Plano de manejo.