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O IMPACTO DO PRIMEIRO CONTATO COM UM(A) PACIENTE: EXPECTATIVAS E EMOÇÕES DE ESTUDANTES DE MEDICINA

MELO, Felipe Moreno Vaz De ¹; FRANCO, Renato Soleiman ²
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Curso do(a) Estudante: Medicina – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba
Curso do(a) Orientador(a): Medicina – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba

INTRODUÇÃO: A prática médica é centrada no cuidado ao próximo; apesar disso, muitos médicos e estudantes têm demonstrado falta de empatia e distanciamento emocional dos pacientes. Evidências científicas sugerem que estudantes de medicina podem diminuir sua sensibilidade aos pacientes conforme avançam em sua graduação. Para combater essa tendência, algumas universidades proporcionam o contato com pacientes desde as fases iniciais da graduação. A identidade profissional também desempenha um papel crucial, moldando a maneira como os médicos se relacionam com seus pacientes. Uma identidade profissional bem desenvolvida é fundamental para o profissionalismo e o bem-estar do médico. Além disso, o entendimento das emoções e sua influência na relação médico-paciente são essenciais para proporcionar um ambiente de cuidado adequado às necessidades do paciente. Tendo isso em vista, este artigo visa analisar os processos de formação da identidade dos estudantes de medicina, através da análise do seu primeiro contato com pacientes e as emoções sentidas. OBJETIVOS: Analisar as emoções durante primeiro contato de estudantes de Medidina com pacientes, incluindo seu impacto na formação da identidade profissional e moral desses estudantes. MATERIAIS E MÉTODO: Foram formados 4 grupos focais com estudantes recém ingressos no curso de medicina da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Cada grupo foi, então, entrevistado individualmente, com o objetivo de questionar os estudantes quanto às emoções sentidas antes, durante e após o seu primeiro contato com pacientes, assim como a maneira que esse contato interferiu na formação da sua identidade profissional e moral. RESULTADOS: Os discursos revelaram que a ansiedade e o nervosismo foram emoções predominantes, possivelmente devido à pressão e à responsabilidade de enfrentar situações reais de saúde pela primeira vez. Além disso, muitos estudantes demonstraram entusiasmo ao se depararem com a prática médica na vida real. Essas emoções foram acompanhadas por receio, dúvidas e uma busca por aceitação dos estudantes pelos pacientes. Também foram relatados empatia e compaixão. Esses sentimentos de conexão foram acompanhados pela consciência das próprias limitações e incertezas. A primeira interação de um estudante de medicina com pacientes é um momento marcante, despertando emoções variadas. Ansiedade e medo são comuns, pois lidam com incertezas e a pressão de aplicar teoria na prática. A empatia surge ao se depararem com histórias e vulnerabilidade dos pacientes, mas o excesso pode levar à fadiga emocional. Essas emoções são permeadas por aspectos relacionados com responsabilidade e preocupação o que mostra uma moralidade presente já nas primeiras práticas com pacientes. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Percebeu-se que o primeiro contato com pacientes é uma experiência emocionalmente intensa, repleta de desafios e aprendizados. A forma como lidam com suas emoções durante esse período pode impactar diretamente sua formação como médicos, influenciando sua capacidade de oferecer cuidados empáticos e compassivos, bem como na formação da sua identidade moral e profissional. A prática no início do curso já carrega fundamentos de uma identidade profissional e uma moralidade voltada para o cuidado. No entanto, há anseios, medos e incertezas que precisam ser identificados e fazer parte das discussões com os docentes e uma preocupação institucional.

PALAVRAS-CHAVE: Medicina; estudantes; identidade; moral; emoções

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Esta pesquisa foi desenvolvida com bolsa PUCPR no programa PIBIC
Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador