CARACTERIZAÇÃO DAS SUBPOPULAÇÕES DE CÉLULAS-TRONCO MESENQUIMAIS DERIVADAS DE POLPA DE DENTE PERMANENTE

INTRODUÇÃO: As células-tronco mesenquimais (CTM) são derivadas de diferentes fontes, dentre elas o tecido dentário. As célula-tronco derivada de polpa de dente (DPSC) são de grande interesse em estudos de pesquisa básica e clínica pelo potencial em aplicações regenerativas e pela fácil obtenção através de extrações cirúrgicas. Em trabalhos anteriores foi constatado diferenças morfológicas de DPSC in vitro, levantando a hipótese de haver uma ou mais subpopulações de CTM em cultivo de DPSC. OBJETIVOS: Caracterizar as subpopulações de células-tronco mesenquimais derivadas de polpa de dente permanente. MATERIAIS E MÉTODO: O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (parecer 5.409.680) e após a assinatura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE), o terceiro molar de doadores com idade entre 18 e 25 anos foi coletado. A polpa de cada dente foi seccionada de forma a isolar as seguintes populações: raiz (DPSC-R), coroa (DPSC-C) e inteiro (DPSC-I), e as amostras foram plaqueadas e cultivadas. Para caracterização morfológica e avaliação de expressão imunofenotípica, foram utilizados os critérios estabelecidos pela Sociedade Internacional de Terapia Celular e Gênica (ISCT). Para avaliar a viabilidade celular o corante 7-AAD foi utilizado. Para avaliar a capacidade de formação de colônias, uma característica das CTM, as células foram cultivadas por dez dias e coradas com violeta cristal. A avaliação da proliferação foi feita utilizando o kit Click- iT Plus EdU Flow Cytometry Assay Kits. RESULTADOS: A eficiência de isolamento das amostras foi de 100% e os cultivos não apresentaram contaminação. As DPSC-I e DPSC-R apresentaram morfologia fibroblastóide, característica de CTM. Enquanto as DPSC-C exibiram uma morfologia diferente do esperado para CTM. As DPSC e subpopulações apresentaram os marcadores de superfície conforme os critérios da ISCT. Apenas DPSC-C apresentaram expressão maior que 2% para CD14. Houve diferença entre o número de colônias e a eficiência de formação de colônias entre as DPSC e suas subpopulações. Em relação a proliferação, a DPSC-R apresentaram maior porcentagem de células proliferando em 24 horas quando comparado com DPSC-I e DPSC-C, que apresentaram menor porcentagem. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os resultados permitem concluir que as DPSC-C não atendem aos critérios estabelecidos pela ISCT para CTM, não sendo recomendadas para o uso na pesquisa básica e pré- clínica. Já DPSC-I e DPSC-R demonstraram resultados positivos em todos os ensaios realizados, estando de acordo com os critérios propostos pela ISCT sendo aptas para ensaios de pesquisa básica e pré-clínica. Com os resultados obtidos neste estudo, foi possível observar que houve diferença entre as DPSC e subpopulações e que essas características são um aspecto importante a ser considerado quanto ao uso dessas células na medicina regenerativa.

PALAVRAS-CHAVE: DPSC; Heterogeneidade; Raiz; Coroa; Polpa dentária