Logo PUCPR

AS VOZES SOCIAIS DISSONANTES EM ANIMÁLIA, DE GIANFRANCESCO GUARNIERI: ANÁLISE DAS CONFLITOS ESTÉTICOS E POLÍTICOS NO CONTEXTO BRASILEIRO DE 1968

AMANCIO, Murilo Clemente Da Silva ¹; PEGINI, Claudia Bellanda ²
faixa-semic-branco
Curso do(a) Estudante: Filosofia – Escola de Educação e Humanidades – Câmpus Maringá
Curso do(a) Orientador(a): Filosofia – Câmpus Maringá

INTRODUÇÃO: A peça Animália, de Gianfrancesco Guarnieri (1934-2006), é o centro da nossa pesquisa e esforço para compreender os conflitos políticos e culturais no fim dos anos 1960, em face ao acirramento dos mecanismos de censura às artes da ditadura civil-militar brasileira. Foi encenada em 1968, no Teatro de Arena de São Paulo, e dirigida por Augusto Boal, dramaturgo fundamental do teatro político nacional e grande parceiro de criações de Guarnieri. Ambos integraram o processo de amadurecimento da produção do Arena, quando o grupo dava seus passos decisivos dentro da dramaturgia nacional, trazendo para o palco cenas cotidianas, tendo por objetivo não ser um teatro de risadinhas e digestivo, mas algo que causasse uma sensação de entranhamento, de reflexão. OBJETIVOS: A análise da peça Animália permite enfocar um momento chave do teatro político no Brasil, do Teatro de Arena, da parceria Guarnieri-Boal e dos desdobramentos da ditadura civil-militar entre os anos 1967-1968, com a força da censura às artes instaurada. MATERIAIS E MÉTODO: Partimos da teoria estética de Walter Benjamin (1892-1940) para analisar os conflitos e desdobramentos da arte e suas implicações na sociedade. A revisão bibliográfica e levantamento de dados contemplaram, além da publicação, de 2016, da 1ª Feira Paulista de Opinião (obra em que Animália ganha circulação junto às outras peças do espetáculo mural do Teatro de Arena), entrevistas de Gianfrancesco Guarnieri, artigos científicos, sites especializados e vídeos, os quais forneceram referenciais sobre as tensões existentes, garantindo amplo material para análise. RESULTADOS: Por meio dos estudos e articulações dos materiais supracitados, evidenciou-se a relevância da obra de Guarnieri num teatro socialmente comprometido, o que não se restringe a sua peça mais famosa: Eles não usam Black-tie (1958). Em Animália, a representação do cotidiano de um grande centro urbano brasileiro convida os espectadores à reflexão, por meio do uso de metáforas que se comunicam com o concreto. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Discordâncias políticas entre familiares, repressão militar, mídia alienadora e trabalhadores sem consciência e voz são alguns dos temas geradores que Guarnieri condensa em uma peça curta, pouco conhecida, mas extremamente atual, ainda que tenha sido encenada em 1968, antes dos limites impostos à resistência teatral estabelecidos pelo AI-5.

PALAVRAS-CHAVE: Gianfrancesco Guarnieri; Teatro de Arena; Animália; 1968; Ditadura civil militar.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Esta pesquisa foi desenvolvida com bolsa da Fundação Araucária e da Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, no programa PIBIC
Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador