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INFLUÊNCIA DO NÍVEL DE ESCOLARIDADE SOBRE A INCIDÊNCIA DE SÍFILIS NO SISTEMA CARCERÁRIO FEMININO DE PIRAQUARA, PR

NOGUEIRA, Paola Mauad ¹; BELTRAO, Claudio Jose ²
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Curso do(a) Estudante: Medicina – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba, PR.
Curso do(a) Orientador(a): Medicina – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba, PR

INTRODUÇÃO: A doença transmitida pela bactéria Treponema pallidum, intitulada Sífilis, é transmitida pela via sexual e apresenta como fator inerente a vulnerabilidade social. Assim, o ambiente do cárcere é favorável para que ocorra uma maior disseminação dessa infecção sexualmente transmissível (IST). Sabe-se que no Brasil existem 150 mil casos de sífilis por ano, sendo desses a população feminina a mais afetada, revelando a importância do surgimento de novos estudos a respeito do assunto. Diante disso, a análise da soroprevalência dentro das penitenciárias femininas torna-se necessária, visto que, condições precárias de higiene contribuem exponencialmente na disseminação na reinfecção dessa doença. OBJETIVOS: Correlacionar o nível de escolaridade com a soroprevalência positiva para Sífilis e quanto a reinfecção da doença. MATERIAIS E MÉTODO: O estudo foi realizado através do método observacional retrospectivo transversal, com base na coleta de dados de 378 prontuários das detentas que fazem parte do complexo da Penitenciaria Feminina de Piraquara, PR. Após análise, 79 deles não possuíam os critérios necessários para serem incluídos na pesquisa por estarem incompletos. Os 299 prontuários restantes, incluíam como variáveis: nível de escolaridade, hábitos de vida (considerando que o alto índice de desinformação, acarreta em prática sexual de risco) e o histórico prévio de sífilis. RESULTADOS: As pacientes em estudo que possuem níveis de escolaridade inferiores, apresentam maior quantidade de resultados positivos para sífilis aos comparados com as detentas mais instruídas. Sendo da amostra total (299), 72 soropositivas. Das soropositivas 45 apresentam estudo fundamental incompleto (sendo o valor de p=0,1838) enquanto as que possuem estudo fundamental completo somam 27. Quanto ao uso de contraceptivo pelas detentas, o principal método abordado no estudo foi o uso do método de barreira, o qual inclui camisinha interna e externa. Do total da amostra, 178 pacientes, que representa 59,53%, não faziam uso de método de barreira. Sendo que 16 dessas, 23,60% possuem diagnóstico positivo para sífilis. Do total, das 72 soropositivas, 42 declaram uma prática sexual desprotegida e 30 delas uma prática sexual protegida, portanto, demonstrando um maior contágio (com valor de p=0,4053). Das detentas que possuíam histórico prévio positivo para a IST em estudo, 12,71% das detentas, possuíam histórico prévio de sífilis e dessas 68,42% (26 delas) positivaram novamente para a doença durante o período de cárcere na penitenciária, comprovando que ter sido contaminada anteriormente é um fator de risco para uma reinfecção. O valor de p* obtido, portanto, a partir do cruzamento de dados da soroprevalência da sífilis com a última variável (p*=0,000002) representa uma relação intrínseca no alto número de reinfecções pela bactéria do Treponema pallidum. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Portanto, através dos resultados sabe-se que todas as variáveis apresentadas no estudo demonstram a necessidade da criação de políticas públicas a fim de informar e conscientizar a população a respeito das estratégias e hábitos de prevenção contra a doença causada pela bactéria Treponema pallidum, visando um menor contagio e o diagnóstico precoce da doença, na tentativa de frear essa epidemia.

PALAVRAS-CHAVE: Sífilis; Penitenciaria; Soroprevalência.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Esta pesquisa foi desenvolvida na modalidade voluntária no programa PIBIC.
Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador