SIGNIFICADOS, IMPACTOS E EXPECTATIVAS DO NOVO ENSINO MÉDIO NA VIDA DOS ESTUDANTES

INTRODUÇÃO: A construção do saber é um caminho para alcançar a autonomia e a liberdade no agir social de todos os sujeitos. Assim deve-se construir a educação, baseando-se na perspectiva da Ação Educativa, que leva ao pensar, à reflexão e, portanto, à consciência. Ainda que os documentos norteadores das políticas educacionais no Brasil apontem para a ação educativa como base do processo de ensino-aprendizagem, existe, na prática, uma tendência regressista na educação voltada para a promoção do saber técnico em detrimento da formação integral do sujeito. Nesse contexto instaura-se a Lei nº 13.415/2017, responsável pela reforma do Ensino Médio, que abrange mudanças de carga horária e organização das disciplinas, bem como dos quesitos necessários para exercer a docência. OBJETIVOS: O objetivo da pesquisa foi a de compreender as mudanças promovidas pela reforma do Ensino Médio e o que elas interferem no decorrer da vida dos estudantes, utilizando como instrumentos de estudo fontes teóricas e bibliográficas. MATERIAIS E MÉTODO: A metodologia dividiu-se em três momentos: análise do pensamento teórico de Paulo Freire e Edgar Morin sobre a Ação Educativa; análise dos documentos norteadores da educação no Brasil, e da Lei nº 13.415/2017; coleta de dados sobre como se deu a implementação da Reforma do Ensino Médio. RESULTADOS: O texto da Lei nº 13.415/2017 deixa espaço para que as escolas não ofertem todos os itinerários, ocasionando disparidades no acesso às áreas de interesse. Permite que profissionais sem a habilidades necessárias para a docência adentrem as salas de aula, ao mesmo tempo que não assegura a formação continuada dos professores. Além disso, o aumento de carga horária e a promessa de ofertar uma educação mais tecnológica e significativa sem investimentos para superar as desigualdades presentes nas escolas é inviável. Assim como os estudos bibliográficos, os dados estatísticos evidenciam que a implementação da Reforma do Ensino Médio não possui comprometimento com a educação para autonomia, a liberdade e o pensamento crítico, visto que não garante a mesma qualidade educacional em todas as escolas, pelo contrário, aumenta as diferenças. Ocorre também o esvaziamento da formação subjetiva do sujeito, causando déficits na compreensão de si e do mundo, bem como no exercício da democracia. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Este estudo não esgota todos os impactos da reforma do Ensino Médio, visto que as mudanças promovidas por um projeto educacional atingem diversos aspectos da sociedade e devem ser sempre investigados. Portanto, a finalização desta pesquisa é um convite para continuar analisando o tema e construir caminhos para superar retrocessos educacionais.

PALAVRAS-CHAVE: Educação; Novo Ensino Médio; Ação Educativa.