CONCEPÇÕES SOBRE DIREITOS HUMANOS NA FORMAÇÃO MÉDICA: REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA

INTRODUÇÃO: A relação entre bioética e direitos humanos tornou-se mais estreita desde a Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos da UNESCO em 2005. Na formação médica, a abordagem desses temas é fundamental para capacitar os profissionais a enfrentar conflitos morais e compreender as determinações sociais do processo saúde-doença. As Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Medicina enfatizam a importância de incluir dimensões éticas e humanísticas na formação médica. Contudo, há evidências de que o ensino médico ainda enfrenta barreiras para implementar uma concepção humanística efetiva. OBJETIVOS: Analisar, por meio de uma revisão integrativa da literatura, o estado da arte das publicações que abordam o ensino de direitos humanos na educação médica no Brasil. MATERIAIS E MÉTODO: Realizou-se uma revisão integrativa da literatura nas plataformas SciELO, MEDLINE e LILACS, utilizando as palavras-chave “Educação Médica” AND “Direitos Humanos”. Foram selecionados artigos publicados entre 2010 e 2023 que respondiam à pergunta norteadora sobre como os direitos humanos são abordados na educação médica brasileira. Adicionalmente, foram utilizados dados de uma pesquisa empírica realizada com 403 estudantes de medicina de todas as regiões do Brasil. RESULTADOS: A revisão identificou 12 artigos relevantes, que foram analisados e categorizados. Os temas recorrentes incluíram a importância da interdisciplinaridade na bioética, a necessidade de integrar os direitos humanos na educação médica, lacunas na formação ética dos estudantes, e desafios na implementação de uma educação inclusiva e diversificada. A pesquisa empírica complementar revelou que a maioria dos estudantes considera o ensino de direitos humanos fundamental para sua formação, embora muitos avaliem seu conhecimento sobre o tema como apenas regular ou bom. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A análise revela um reconhecimento crescente da importância dos direitos humanos na educação médica brasileira, com esforços para integrar esses temas nos currículos. No entanto, persistem desafios significativos, incluindo lacunas na formação ética, falta de capacitação adequada para tutores e escassez de espaço curricular dedicado aos direitos humanos. Portanto, há a necessidade de reformas curriculares que fortaleçam a competência moral e ética desde os estágios iniciais da formação médica, bem como a implementação de metodologias ativas e programas específicos para abordar questões de direitos humanos de forma mais efetiva.

PALAVRAS-CHAVE: Educação Médica; Direitos Humanos; Bioética; Formação Ética; Currículo Médico.