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TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO RELACIONADO AO TRABALHO: UM LEVANTAMENTO DE DADOS EPIDEMIOLÓGICOS E CUSTOS HOSPITALARES

FANTIN, Julia Carolina Baldo ¹; TROTTA, Juliano De ²
Curso do(a) Estudante: Medicina – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba
Curso do(a) Orientador(a): Medicina – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba

INTRODUÇÃO: Traumatismo cranioencefálico (TCE) caracteriza-se como lesão traumática com consequências anatômicas e/ou funcionais em tecido cerebral ou estruturas relacionadas. Estudos prévios destacam elevada mortalidade pré e intra-hospitalar e expressiva taxa de danos neurológicos permanentes. O retorno ao trabalho parece ser reduzido após TCEs, mesmo quando leves. A literatura evidencia esses traumatismos como importantes fatores de impacto nas contas públicas do Sistema Único de Saúde (SUS), por elevada e crescente incidência, número de hospitalizações e implicações sociais. Portanto, há relevância em conhecer a epidemiologia e custo do TCE para desenvolvimento de estratégias efetivas de prevenção e redução de custos em saúde. OBJETIVOS: Analisar os custos dos traumatismos cranioencefálicos atendidos pela equipe de neurocirurgia em hospital público referência em traumatologia na cidade de Curitiba/PR. MATERIAIS E MÉTODO: Estudo descritivo, exploratório, retrospectivo. Foram obtidos dados epidemiológicos de 7.228 vítimas de TCE atendidas pela neurocirurgia de 2011 a 2022, sendo delimitadas pelos critérios: (1) de 20 a 55 anos; (2) de janeiro de 2018 a dezembro de 2022; (3) TCEs moderados, graves ou politrauma. Nos 661 prontuários restantes foram analisados: (1) sinalização de acidente laboral; (2) data admissional; (3) sexo; (4) idade; (5) profissão; (6) CID; (7) Escala de Coma de Glasgow admissional; (8) gravidade; (9) procedimento principal; (10) descrição de procedimentos realizados. Os dados foram tabulados em Software Excel e identificados por códigos e números de registro. Por fim, os 277 valores das contas médicas de 2021 e 2022 foram correlacionados aos dados epidemiológicos e avaliados por: (1) sexo; (2) idade; (3) tipo de tratamento; (4) CID principal; (5) gravidade do TCE; (6) passagem em UTI. RESULTADOS: Custos hospitalares são compostos por: (1) diárias; (2) materiais, medicamentos, exames laboratoriais e de imagem; (3) honorários médicos; (4) órteses, próteses e materiais especiais (OPME); (5) taxa de sala cirúrgica. A somatória total foi R$ 2.742.584,04. Em relação ao sexo, 88,41% do valor geral era destinado ao sexo masculino, enquanto 11,59%, ao feminino. Na perspectiva da idade, houve prevalência da faixa de 40 a 49 anos (33%), seguida dos 30 aos 39 (30%); 50 aos 55 (19%) e 20 aos 29 (17%). No tipo de tratamento predominaram condutas clínicas (87,08%) em relação às cirúrgicas (12,92%). A análise por CID principal revelou domínio do S068 (56%), seguido do S069 (28%). Em relação a gravidade, destacaram-se TCEs graves (77,8%) em comparação aos médios (28,53%). Por passagem em UTI, houve similaridade entre os que necessitaram de internamento intensivo (49,8%) em relação aos que não passaram em UTI (50,2%). Por fim, 0% dos 661 prontuários continha profissão ou sinalização de acidente de trabalho. 2 prontuários registraram entrega de aviso de CAT. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Foram analisados custos dos TCEs de 2021 e 2022 atendidos pela neurocirurgia em hospital público referência em traumatologia em Curitiba/PR; apresentadas informações socioepidemiológicas da incidência de TCE de 2018 a 2022; promovidos dados sobre seu impacto socioeconômico e gerados materiais para desenvolvimento de políticas públicas de prevenção. Não foi possível conhecer TCEs por acidentes laborais, mas foram sugeridas estratégias para geração de dados para utilização em trabalhos futuros.

PALAVRAS-CHAVE: Traumatismos Craniocerebrais; Acidentes de Trabalho; Custos Hospitalares.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador
Esta pesquisa foi desenvolvida com bolsa Fundação Araucária no programa PIBIC.