O VÉU DE MĀYĀ COMO OBSTÁCULO AO CONHECIMENTO DA UNIDADE METAFÍSICA EM SCHOPENHAUER

INTRODUÇÃO: Por meio de seus escritos, sendo a principal obra “O mundo como vontade e representação”, Arthur Schopenhauer elucida a própria metafísica e descreve o ponto chave de sua filosofia: a Vontade, uma força inescapável que constitui a essência de todas as coisas. Na filosofia schopenhaueriana temos inúmeras inspirações da sabedoria indiana – objeto de admiração do autor – principalmente o ‘Véu de Māyā’, este que turva os olhos dos humanos, fazendo-os enxergar os fenômenos de forma isolada, atribuindo-os como opostos ou contrários entre si. OBJETIVOS: Sendo assim, esta pesquisa tem como objetivo principal investigar a utilização do conceito de ‘Véu de Māyā’ na filosofia schopenhaueriana, buscando entender seu papel como contrário ao conhecimento da identidade metafísica de todas as coisas. MATERIAIS E MÉTODO: Para tal, foi realizada uma análise filosófica conceitual dos tomos I e II de “O mundo como vontade e representação”, dialogando com os comentadores e intérpretes de Schopenhauer. RESULTADOS: É entendido que sob o engano de Māyā, o indivíduo tomaria sua própria existência como separada das demais, sendo ela a única verdadeira. A partir do conhecimento pertencente ao princípio da razão (este que individualiza os seres e é em suma Māyā para o autor), nunca se alcança, segundo o filósofo alemão, a verdadeira essência das coisas, somente seus fenômenos em uma corrida sem fim e sem propósito, deste modo negando a unidade metafísica do mundo. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A quebra dessa individualidade seria justamente o reconhecimento da Vontade como a unidade da existência (como coisa- em-si), com a supressão do Véu de Māyā acaba-se, segundo Schopenhauer, toda diferenciação e injustiça.

PALAVRAS-CHAVE: Filosofia indiana; Schopenhauer; Véu de Māyā; principium individuationis; metafísica