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TEATRO INVISÍVEL, PERFORMATIVIDADE E TEATRALIDADE: RELAÇÃO ENTRE PÚBLICO, ATOR E OBRA

CASTILHO, Juliana Paganotto ¹; MUNHOZ, Marcelo Puppi ²
Curso do(a) Estudante: Teatro – Escola Belas Artes – Câmpus Curitiba
Curso do(a) Orientador(a): Cinema E Audiovisual – Escola Belas Artes – Câmpus Curitiba

INTRODUÇÃO: O artigo examina o papel do público e sua relação com atores nas modalidades de performance art, Teatro Invisível e teatro representativo através das obras de Augusto Boal, Constantin Stanislavski, Renato Cohen e Erika Fischer-Lichte. Partindo de uma análise bibliográfica, o estudo define conceitos-chave e explora como o público participa dessas intervenções artísticas. O Teatro Invisível e a performance art compartilham a ideia de um público ativo, mas o Teatro Invisível se distingue por ser apresentado sem que o público saiba que está assistindo a uma peça. Esta modalidade usa técnicas como o sistema coringa para engajar o público de maneira autêntica e provocar transformação social e política, contrastando com o teatro representativo e as práticas mais explícitas da performance art. OBJETIVOS: A pesquisa analisou as semelhanças e diferenças na relação entre ator e público no Teatro Invisível, na performance art e no teatro representativo, focando no impacto dessas formas cênicas e no papel do público. São mobilizados os conceitos de performance e teatralidade nas obras de Boal, Stanislavski, Renato e Fischer-Lichte, e localizando o papel do público nas performances descritas na literatura sobre o Teatro Invisível. MATERIAIS E MÉTODO: O projeto localiza, nas obras dos autores citados, alguns conceitos-chave para entender como o Teatro Invisível absorve elementos do teatro representativo e da performance art para produzir uma experiência particular, qual seja, a de colocar atores e espectadores em cena, fazendo com que suas ações e reações ganhem relevância simbólica e fazendo emergir reflexões potencialmente transformadoras socialmente. RESULTADOS: Através do exame de relatos de performances do Teatro Invisível ocorridas em espaços públicos, foi possível constatar que a interação real entre atores e espectadores foi capaz de produzir cenas que geraram vividas discussões e reflexões sociais. Para isso, foram essenciais métodos como o sistema coringa e o conceito de “espect-ator” para permitir a participação ativa do público e a proposta de soluções para conflitos encenados. Verificou-se que o teatro representativo baseado no Método Stanislavski teve um papel fundamental no processo, ao promover uma atuação realista e autêntica por parte dos atores. A performance art, por outro lado, também encontra paralelos com a fisicalidade e a interação com o público, desafiando convenções teatrais e intensificando o papel de “espect-atores” por parte do público. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O Teatro Invisível bebe na fonte do teatro representativo e da performance art mas desenvolve uma experiência cênica singular, ao borrar as linhas entre realidade e ficção. Os espect-atores reagem genuinamente a situações controversas que parecem reais, e mesmo a ausência de reação também fica evidenciada e problematizada cenicamente. Assim, o Teatro Invisível é potencialmente educativo e transformador, expondo o público a questões cotidianas relevantes e permitindo aprendizado mútuo sobre realidades sociais e culturais. O conceito de “espect-ador” enfatiza que o público tem um papel ativo em todas as formas de artes cênicas, influenciando a criação de eventos artísticos significativos através da inclusão na cena de todos os agentes presentes, sejam eles atores ou espectadores, “cientes” de seus papéis ou não.

PALAVRAS-CHAVE: Teatro invisível; performance art; teatro representativo; espect-ator.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador
Esta pesquisa foi desenvolvida na modalidade voluntária no programa PIBIC.