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FATORES BIOPSICOSSOCIAIS E AMBIENTAIS ASSOCIADOS A QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DE 60 A 80 ANOS RESIDENTES NA EUROPA EM 2020, MENSURADA PELA CASP-12

TOFFOLI, Alessandra Rojas ¹; BERNARDELLI, Rafaella Stradiotto ²
Curso do(a) Estudante: Medicina – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba
Curso do(a) Orientador(a): Medicina – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Curitiba

INTRODUÇÃO: O envelhecimento populacional é uma característica marcante do século XXI. A expectativa de vida global aumentou, e as pessoas viverão, em média, mais 22 anos após os 60 anos. Neste contexto, a qualidade de vida é um aspecto que deve receber especial atenção. Projetos como o Survey of Health, Ageing and Retirement in Europe (SHARE) são fundamentais para fornecer dados que ajudem na formulação de políticas públicas voltadas ao envelhecimento com qualidade de vida e independência funcional. OBJETIVOS: Identificar, em idosos de 60 a 80 anos residentes na Europa em 2020, fatores biopsicossociais e ambientais associados à qualidade de vida mensurada pela Escala Abreviada de Controle, Autonomia, Autorrealização e Prazer (CASP-12). MATERIAIS E MÉTODO: Estudo transversal de análise da onda 8 do projeto SHARE, aprovado pelo Comitê de Ética da Sociedade Max Planck. Todos os participantes (respondentes) da 8ª onda do projeto SHARE foram considerados. Destes, foram excluídos: os com menos de 60 anos e 80 anos ou mais, que vivem em instituições de longa permanência, respostas de entrevistas de fim de vida, residentes em Israel; e casos sem respostas ao CASP-12. Avaliou-se a associação do escore CASP-12 (que vai de 12 a 48 e quanto maior melhor a qualidade de vida) com sexo, idade, e variávies representativas de hábitos de vida, saúde física, mental, emocional, escolaridade e condição socioeconômica. RESULTADOS: Das 95935 entrevistas realizadas na 8ª onda do SHARE, foram analisados dados de 29044 participantes que atendiam aos critérios de elegibilidade. A idade média foi de 69,1±5,5 anos, majoritariamente mulheres (56,2%), não-tabagistas (57,4%), praticantes de atividade física (91,1%), sem limitações em atividades básicas de vida diária (AVD) (91,7%) ou instrumental de vida diária (AIVD) (86,2%), com fluência verbal satisfatória (81,6%) e não obesos (75,3%). Porém, 53,3% referiam duas ou mais doença crônica, 43,8% dor crônica e 41,9% sentir solidão, embora 73% residam com parceiros. A maioria com grau de escolaridade médio (39,2%), aposentados (76%), residentes em áreas urbanas (66,6%) na Europa Central (31,7%) e com facilidade para subsistir com sua renda (33,2%). A mediana do escore CASP-12 foi de 39 (intervalo interquartílico: 34 – 43). O escore CASP-12 é significativamente maior em mulheres, em pessoas que nunca fumaram, em praticantes de atividade física, em não obesos, em pessoas que tem menos de duas doenças crônicas, nos que nunca tiveram AVC, câncer, catarata, depressão e dor crônica. Bem como entre os que residem com o parceiro, não se sentem solitários, não foram hospitalizados no último ano, não apresentam limitação para realização de AVDs ou AIVDs, apresentaram desempenho cognitivo satisfatório e residem na região central da Europa. Quanto maior o nível de escolaridade e a facilidade para subsistir com a renda obtida, maior o escore CASP-12. O qual também se correlaciona significativamente com menor idade e maior força de preensão palmar. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Em idosos europeus de 60 a 80 anos, a qualidade de vida é melhor em mulheres, não tabagistas, fisicamente ativas e com bom estado de saúde geral. Melhora com maior escolaridade e renda, e varia por região de domicílio.

PALAVRAS-CHAVE: Envelhecimento; Envelhecimento saudável; Idoso; Longevidade; Qualidade de vida.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador
Esta pesquisa foi desenvolvida com bolsa Fundação Araucária no programa PIBIC.