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APLICAÇÃO DE TESTES DE HEMOSTASIA EM CÃES COM DOENÇA HEPÁTICA

TOVO, Bárbara Gabriela ¹; WILMSEN, Mauricio Orlando ²
Curso do(a) Estudante: Medicina Veterinária – Escola de Medicina e Ciências da Vida – Câmpus Toledo
Curso do(a) Orientador(a): Medicina Veterinária – Câmpus Toledo

INTRODUÇÃO: A hemostasia é um mecanismo de resposta a injúrias vasculares que apresenta como finalidade o controle do extravasamento de sangue, agindo por 3 principais vias: hemostasia primária (imediata, relacionada à ação das plaquetas), hemostasia secundária (ação dos fatores de coagulação e formação de coágulos e trombos) e hemostasia terciária (remoção de trombos pela fibrinólise). O fígado, dependendo integralmente da síntese de fatores de coagulação e da trombopoetina, atua na segunda via de hemostasia realizando funções de depuração de proteínas anticoagulantes, pró-coagulantes e fibrinolíticas, por isso, é um órgão imprescindível para a coagulação sanguínea. Quando há alterações nas vias hemostáticas, bem como, quando há doenças hepáticas, há alterações nos mecanismos de produção de fatores de coagulação e, consequentemente, há modificações na formação dos coágulos, portanto, há maiores riscos de hemorragias. OBJETIVOS: Aplicar diferentes testes de hemostasia ( TC, TP e TTPa) na triagem de pacientes com doença hepática para avaliação de risco hemorrágico. MATERIAIS E MÉTODO: Foram selecionados 15 cães saudáveis para compor o grupo controle e um grupo de 11 animais com doenças hepáticas, identificadas por exames como hemograma e bioquímica sérica, com avaliação específica das enzimas hepáticas: alanino-transferase (ALT), fosfatase alcalina (FA) e gamaglutamil-transferase (GGT). O grupo controle foi composto por animais hígidos, exatamente por não apresentarem alterações para poder correlacionar com os resultados dos animais doentes e evitar interferências nos resultados, enquanto o grupo com doença hepática foi composto por animais com diagnóstico de hepatopatia infecciosa por adenovírus (2), erliquiose (2), leptospirose (1), cirrose hepática (2) e neopalsia hepática (4). Os animais de ambos os grupos deveriam apresentar esquema de vacinação e vermifugação em dia. Os testes de avaliação utilizados foram tempo de coagulação (TC), tempo de protrombina (TC) e tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPa), executados laboratorialmente para detectar alterações compatíveis com quadros hemorrágicos. RESULTADOS: Os indivíduos submetidos ao grupo controle, constituído por 15 fêmeas, sem raça definida (SRD), com idade entre 1 e 5 anos, não obtiveram alterações nas baterias de exames realizadas, apresentando valores de TP: 10,2±1,4 segundos (IR: 6,8-10,2 segundos) TTPa: 13,3±1,4 segundos (IR: 10,7-16,4 segundos) e TC: 5,5±1,3 (IR: 5-11 minutos), que são considerados dentro dos intervalos de referência. Já os animais do grupo com hepatopatia, constituído por 9 fêmeas e 2 machos, SRD, com idade entre 6 e 16 anos, apresentaram alterações bioquímicas, obtendo uma média de 287 ALT(UI/L) (IR: 21-73); 712 FA(UI/L) (IR: 20-156); e 204 GGT(UI/L) (IR: 1,2-6,4); além de apresentarem quadros de hipocoagubilidade sanguínea, com valores de TP: 5,3±1,6 segundos; TTPa: 10,0±1,6 segundos; TC: >12±1,34 minutos. As alterações encontradas foram compatíveis com os quadros de doenças hepaticas, que podem interferer exponencialmente no risco hemorrágico. CONSIDERAÇÕES FINAIS: : A utilização de testes de triagem que avaliem a hemostasia são fundamentais na conduta do paciente com hepatopatia, visto que o risco hemorrágico é significativo e pode aumentar conforme o agravamento da doença hepática. Verificar a funcionalidade e a capacidade de produção de fatores de coagulação por meio de testes de hemostasia são importantes para o suporte terapêutico e para evitar casos severos de hemorragia.

PALAVRAS-CHAVE: 1. Doença hepática; 2. Fatores de coagulação; 3. Hemostasia; 4. Risco de hemorragias; 5 Testes de triagem.

APRESENTAÇÃO EM VÍDEO

Legendas:
  1. Estudante
  2. Orientador
  3. Colaborador
Esta pesquisa foi desenvolvida na modalidade voluntária no programa PIBIC.